A FEDERAÇÃO DOS BANCOS
EA FEDERAÇÃO BRASILEIRA
O clube poderoso e exclusivo dos
banqueiros, a FEBRABAN , é mais importante do que qualquer um dos estados que
integram a República Federativa do Brasil. Inclusive, do mais
destacado entre eles, São Paulo, que alguns paulistas orgulhosos e também
equivocados, dizem ser a locomotiva que reboca vinte e seis vagões,
ou seja, estaria a puxar valentemente , pela força do seu dinamismo o
resto do Brasil.
São Paulo construiu o seu poderio
econômico pela força e competência do seu povo, pela participação dos brasileiros
de todos os quadrantes que para lá foram, movidos pela esperança; dos
imigrantes que chegaram do Japão, da Itália, da Coreia, da China, dos
judeus vindos de todo o mundo.
Já a FEBRABANé fortíssima
entidade, mas não se pode dizer exatamente hoje, no atual estágio do cassino
financeiro globalizado e sem freios, que seja
Comparável aos setores produtivos, como
a indústria, a agricultura, que operam nos limites da economia real. A banca
não tem limites, especula, faz dinheiro virtual, desfruta dos juros
estratosféricos, com rigidez ortodoxa traça, para economia,
suas regras próprias que por todos deverão ser obedecidas.
Não é sem motivos fortes que Meireles
foi imperial comandante das finanças durante os governos de Lula, presidindo o
Banco Central, e agora é o manda – chuva, intocável Ministro da Fazenda no
governo Temer.
Desafiar o cassino financeiro, bater de
frente com a FEBRABAN, pode ser tão perigoso como nadar ao lado de tubarões .
E tubarões famintos nunca se aquietam
enquanto não tiverem a fome saciada.
Vai dai,a metáfora da fome do
tubarão deve servir para governos inteligentes, que queiram evitar
tempestades. E a estratégia consistiria em não desatender por completo a
FEBRABAN,mas,agindo para proteger o trabalhador, fortalecer o lado saudável da
economia, aquela que corre riscos, que se faz com a capacidade de
empreender, e que percorre o labirinto infernal dos juros astronômicos,
da extorsão tributária, da ganancia insaciável do mercado financeiro.
É isso que Dilma não conseguiu entender
pela sua visceral inépcia de lidar com o poder, e é isso que devemoster, pelo
menos a esperança, de que Temer consiga, porque, se não houver um mínimo
de alento para a economia, o país submergirá, enquanto os bancos continuarão
exibindo seus lucros fantásticos.
Se amanhã algum banco,um
daqueles criados pelos felizes economistas que ajudaram a fazer o
Plano Real, começar a dar sinais de debilidade, e houver uma corrida aos
depósitos, Meireles acenderá o sinal vermelho ,dirá que há iminente risco
sistêmico e a possibilidade de contaminação de toda a rede bancária.
Então, o tesouro da República terá dinheiro para tapar o rombo, seja ele
de um, cinco, ou mais bilhões. Para coisas assim Meireles
estará sempre vigilante e solícito no atendimento.
Quatorze governadores foram a Brasília
para uma reunião com o presidente, que não os recebeu, desculpou-se, e designou
Meireles para ouvi-los. Como se sabe ,os governadores não mereceram sequer um
gesto de boa vontade diante do pedido que fizeram: apenas sete bilhões, para
que salvem os estados da bancarrota completa que se avizinha com o
agravamento da crise .
Jackson Barreto, que era um dos
quatorze , apenas perguntou: ¨Ministro e o que eu faço quando não puder pagar
mais o caminhão – pipa que leva água para as pessoas do semiárido que
estão vivendo agora o sexto ano sem chuvas ¨?
Meireles respondeu contrafeito,
explicando que tudo se resolverá quando a economia voltar a crescer . Ate lá
que se aguentem os que têm sede, que façam impossíveis cambalhotas financeiras
os governadores.
Se os governadores efetivamente
declararem estado de calamidade, e são agora já dezessete, a repercussão
no mundo financeiro será péssima, tanto aqui dentro como no
exterior.
Depois disso, Meireles receberá os
representantes da FEBRABAN, muito preocupados, então, ele dará atenção à outra
federaçãozinha, aquela,
a República Federativa do Brasil,
formada por 26 estados e um território federal, todos, menos importantes do que
a FEBRABAN.