Mário Simonsen foi um homem de extraordinária
capacidade intelectual, beirava a genialidade, e era também recordista no
consumo de uísque e cigarros. Fatalista em relação à própria vida, não ligava
muito para a perspectiva de morrer cedo. Para ele, a vida perdia a graça, sem o néctar
escocês, os cigarros, sem ler e escrever livros, sem as óperas que ele também
interpretava com voz forte de barítono.
Exemplar homem público, foi Ministro da
Fazenda e, nesse tempo, grafou, em relação ao MOBRAL, a frase que estimularia
controvérsias, limitada porém, ao espaço delimitado pela ditadura intolerante.
Disse Simonsen: “Alfabetizar quem já gastou boa parte da vida, é um investimento
sem retorno”.
O Secretário da Educação, professor Jorge
Carvalho, deve concordar, em parte, com o que disse Simonsen. Por isso, está
direcionando o esforço de alfabetizar, exatamente para escolas onde estão
alunos entre seis e nove anos. Instalou nas escolas estaduais e municipais de
14 municípios situados na bacia do São Francisco, um novo sistema de
alfabetização, conceituado como aletramento e numeramento.
São aplicadas técnicas da neurociência, para
que o processo de aprendizagem tenha maior efetividade. O objetivo é fazer com
que a criança, alcançando os nove anos, já saiba ler, escrever, interpretar
textos, bem como elaborar corretamente as quatro operações fundamentais, e
adquirir a base do raciocínio matemático.
O governo do estado espera começar a reduzir
o espantalho assustador dos analfabetos funcionais, encontrados hoje até em
faculdades.
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