sábado, 19 de novembro de 2016

ALFABETIZANDO QUEM DEVE SER ALFABETIZADO

Mário Simonsen foi um homem de extraordinária capacidade intelectual, beirava a genialidade, e era também recordista no consumo de uísque e cigarros. Fatalista em relação à própria vida, não ligava muito para a perspectiva de morrer cedo. Para ele, a vida perdia a graça, sem o néctar escocês, os cigarros, sem ler e escrever livros, sem as óperas que ele também interpretava com voz forte de barítono.

Exemplar homem público, foi Ministro da Fazenda e, nesse tempo, grafou, em relação ao MOBRAL, a frase que estimularia controvérsias, limitada porém, ao espaço delimitado pela ditadura intolerante. Disse Simonsen: “Alfabetizar quem já gastou boa parte da vida, é um investimento sem retorno”.

O Secretário da Educação, professor Jorge Carvalho, deve concordar, em parte, com o que disse Simonsen. Por isso, está direcionando o esforço de alfabetizar, exatamente para escolas onde estão alunos entre seis e nove anos. Instalou nas escolas estaduais e municipais de 14 municípios situados na bacia do São Francisco, um novo sistema de alfabetização, conceituado como aletramento e numeramento.

São aplicadas técnicas da neurociência, para que o processo de aprendizagem tenha maior efetividade. O objetivo é fazer com que a criança, alcançando os nove anos, já saiba ler, escrever, interpretar textos, bem como elaborar corretamente as quatro operações fundamentais, e adquirir a base do raciocínio matemático.

O governo do estado espera começar a reduzir o espantalho assustador dos analfabetos funcionais, encontrados hoje até em faculdades. 

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