sexta-feira, 28 de outubro de 2016

RENAN O ¨JUIZECO ¨ E OS PODERES DA REPÚBLICA

Formou-se o que de pior poderia acontecer às nossas até agora aparentemente sólidas instituições republicanas. Instalou-se o imbróglio entre poderes, e já se chegava a prever que acabariam, os três, engalfinhando-se num duelo insensato.
 
Claro, o presidente do Senado não poderia deixar de sair em defesa do poder que representa, mas, foi desastrosamente infeliz ao chamar de ¨juizeco¨ o magistrado que autorizou a invasão do Senado.

Ai vem o STF através da decisão sábia do ministro Teori Zavascki e suspende a  operação policial autorizada pelo Juiz  chamado de ¨juizeco¨. Parece que o Supremo  reconheceu, assim, que o Juiz não poderia ter autorizado a invasão policial a um poder da República. Tal medida seria competência exclusiva do STF, que foi ignorada pelo Juiz de primeiro grau.

Vieram os bombeiros e apagaram o fogo já ameaçava derreter o preceito constitucional sobre a independência e harmonia entre os poderes. 

Se dependesse do Ministro da Justiça, que tresanda fascismo, e parece não ter nenhuma devoção pelo Estado Democrático de Direito, a complicação teria sido bem maior.  Entrou em cena o presidente Temer.  Com habilidade abafou a crise e  conseguiu juntar em torno de uma mesa, ele, a presidente do STF, tão indignada com o depreciativo e inoportuno ¨juizeco¨ e ao seu lado o criador do neologismo infeliz, mas que não foi infeliz ao defender o poder que representa.  

Há no Senado uma parcela do lixo político tornando os brasileiros indignados com a política. Por isso, agentes federais entrando Senado a dentro sem pedir licença,  representa, para muitos,  a melhor forma de sanear a detestada lixeira.

Mas o lixo lá foi colocado pelo voto do povo, e isso legitima e deve fazer respeitado o poder. A instituição Senado Federal é permanente, o lixo que eventualmente lá se encontra é passageiro. O eleitor é convocado a ser o lixeiro da República.

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