segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O POLIGONO DAS SECAS CHEGANDO MAIS LONGE

O POLIGONO DAS SECAS
CHEGANDO MAIS LONGE
A seca que já completa seis anos é , dizem os meteorologistas,  a pior já acontecida no nordeste. Secam os grandes açudes, estiolam-se os rios São Francisco e Parnaiba. Ambos,perderam a proteção das caatingas e cerrados  que acompanhavam os seus cursos.  Sem reposição, porfalta de chuvas, baixam os aquíferos que alimentam os dois rios. No semiárido, até a caatinga restante está ameaçada. Há pragas atacando os mandacarus, facheiros, xique-xiques,enquanto o que  sobrou,  é queimado para transformar-se em carvão. Um saco é vendido a dez reais. O fracasso nos assentamentos na região semiárida está levando os assentados, que nada produzem, ao desespero da fome. Da caatinga, quase exterminada, elesfazem a precária forma de sobrevivência.
  Se faz urgente uma ação ampla para evitar a completa degradação do semiárido, e isso tem a ver com a preservação e recuperação da caatinga, com ações pontuais parafrear a desertificação,  e revitalizar odefinhante Velho Chico. Orio Parnaíba, antes, quase delimitava  dois ecossistemas distintos, entre a secura do Piauí e a exuberância dos brejos maranhenses,o portal da Amazônia. Hoje, a aridez avança pelo Maranhão, e no sudeste paraense a terra escalavrada já lembra desertos. Enquanto a floresta amazônica se retrai, asseguram os cientistas, o nosso polígono das secas mais se amplia. Chegou ao norte mineiro, faz tempo,já alcança o   sul baiano, e vai aparecendo no
 Espírito Santo, onde as chuvas que agora caem,interromperam, em alguns pontos entre o litoral e as serranias, uma estiagem     aproximando-se dos mil dias.

Não se quer desenhar aqui o exagero de uma visão apocalíptica, mas o quadro não deixa deser assustador.  Mudanças climáticas que se processavam no ritmo lento do tempo geológico, sãoagora visíveis, perfeitamente identificáveis, no escasso período de duas gerações.

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