O POLIGONO DAS SECAS
CHEGANDO MAIS LONGE
A seca que já completa seis anos é , dizem os meteorologistas,
a pior já acontecida no nordeste. Secam
os grandes açudes, estiolam-se os rios São Francisco e Parnaiba. Ambos,perderam
a proteção das caatingas e cerrados que
acompanhavam os seus cursos. Sem
reposição, porfalta de chuvas, baixam os aquíferos que alimentam os dois rios.
No semiárido, até a caatinga restante está ameaçada. Há pragas atacando os
mandacarus, facheiros, xique-xiques,enquanto o que sobrou, é queimado para transformar-se em carvão. Um
saco é vendido a dez reais. O fracasso nos assentamentos na região semiárida
está levando os assentados, que nada produzem, ao desespero da fome. Da
caatinga, quase exterminada, elesfazem a precária forma de sobrevivência.
Se faz urgente uma
ação ampla para evitar a completa degradação do semiárido, e isso tem a ver com
a preservação e recuperação da caatinga, com ações pontuais parafrear a
desertificação, e revitalizar odefinhante
Velho Chico. Orio Parnaíba, antes, quase delimitava dois ecossistemas distintos, entre a secura do
Piauí e a exuberância dos brejos maranhenses,o portal da Amazônia. Hoje, a
aridez avança pelo Maranhão, e no sudeste paraense a terra escalavrada já
lembra desertos. Enquanto a floresta amazônica se retrai, asseguram os cientistas,
o nosso polígono das secas mais se amplia. Chegou ao norte mineiro, faz
tempo,já alcança o sul baiano, e vai
aparecendo no
Espírito Santo, onde
as chuvas que agora caem,interromperam, em alguns pontos entre o litoral e as
serranias, uma estiagem
aproximando-se dos mil dias.
Não se quer desenhar aqui o exagero de uma visão
apocalíptica, mas o quadro não deixa deser assustador. Mudanças climáticas que se processavam no
ritmo lento do tempo geológico, sãoagora visíveis, perfeitamente identificáveis,
no escasso período de duas gerações.
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