sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A CIFRA QUE ASSUSTA E A MORTE DE IGOR

Igor Faro Franco é mais um nome que se junta à cifra trágica e inadmissível de pessoas vítimas da violência que nos assusta e nos deixa inconformados. Igor, era um jovem que formou-se jornalista, mas preferiu ser empresário. E vinha tendo sucesso. Na calçada do seu novo e bem sucedido empreendimento, o Salomé Bar, ele caminhava tranquilo. Desceram de uma moto dois bandidos e o executaram. Igor era um cidadão sem manchas, admirado pelos amigos, adorado pela família.   

Agora é mais um nome entre milhares que têm a vida tolhida pela estupidez assassina. Vivemos dias terríveis, e é essencial que a eles não nos acostumemos. Menos de uma semana depois da morte de Igor, vem a revelação sombria de que Sergipe, deploravelmente, figura agora no triste primeiro lugar de estado com maior número relativo de mortes.  A sociedade não pode acostumar-se a isso, muito menos, eximir-se das suas responsabilidades. Construir uma cultura de paz é tarefa de todos. Precisamos rever ou readequar as atividades policiais, as ações do judiciário, precisamos, enfim, de um mutirão para deter a morte e construir a vida.

Uma noticia animadora foi a reunião que fez na sexta–feira o presidente Temer juntando em torno de uma mesa os três poderes que andavam se estranhando, para começar a elaborar uma agenda nacional de ações abrangentes, tanto especificamente repressivas, como educativas, ou civilizatórias, se preferem. Vivemos cercados por uma onda midiática que induz  e também festeja a epidemia de violência.

O governo do estado já anuncia para a próxima semana ações visando identificar erros, ou obstáculos, que estariam travando a eficácia policial. O governador Jackson Barreto voltará a reunir-se com o Judiciário, o Ministério Público, o Legislativo, buscando os meios possíveis para ações em tempos de crise financeira. É possível que sejam anunciadas alterações na estrutura do governo.

Quando houve o assassinato do delegado de policia, numa na onda da comoção provocada, a sociedade manifestou-se, mas não bastam as palavras. O momento requer e impõem ações, decisão, participação, trabalho, exigências, cobranças.

A título de sugestão para análise fica a constatação de que há visíveis diferenciações na capacidade operacional das polícias nos diversos municípios. Em alguns, com o mesmo numero de policiais, com o mesmo equipamento, com os mesmos meios e evidentemente os mesmos salários, as coisas andam melhor, bandidos são com mais frequência presos, crimes elucidados. Sente-se melhor a presença da polícia. Agora, Canindé pode ser a demonstração de uma realidade também replicada em outros municípios. 

Ali, tanto a PM como a Civil demonstram maior eficiência. No comando do batalhão o tenente–coronel Rolemberg consegue superar a limitação dos meios disponíveis, na civil, o delegado Antônio Francisco, com as mesmas carências, cerca-se de uma equipe pequena, mas operacional, onde estão os agentes Gregório, Joab e outros. E há resultados visíveis.

 



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