Igor Faro Franco é mais um nome que se junta
à cifra trágica e inadmissível de pessoas vítimas da violência que nos assusta
e nos deixa inconformados. Igor, era um jovem que formou-se jornalista, mas
preferiu ser empresário. E vinha tendo sucesso. Na calçada do seu novo e bem
sucedido empreendimento, o Salomé Bar, ele caminhava tranquilo. Desceram de uma
moto dois bandidos e o executaram. Igor era um cidadão sem manchas, admirado
pelos amigos, adorado pela família.
Agora é mais um nome entre milhares que têm a vida tolhida pela estupidez
assassina. Vivemos dias terríveis, e é essencial que a eles não nos
acostumemos. Menos de uma semana depois da morte de Igor, vem a revelação
sombria de que Sergipe, deploravelmente, figura agora no triste primeiro lugar
de estado com maior número relativo de mortes. A sociedade não pode acostumar-se a isso,
muito menos, eximir-se das suas responsabilidades. Construir uma cultura de paz
é tarefa de todos. Precisamos rever ou readequar as atividades policiais, as
ações do judiciário, precisamos, enfim, de um mutirão para deter a morte e
construir a vida.
Uma noticia animadora foi a reunião que fez
na sexta–feira o presidente Temer juntando em torno de uma mesa os três poderes
que andavam se estranhando, para começar a elaborar uma agenda nacional de
ações abrangentes, tanto especificamente repressivas, como educativas, ou
civilizatórias, se preferem. Vivemos cercados por uma onda midiática que
induz e também festeja a epidemia de
violência.
O governo do estado já anuncia para a próxima
semana ações visando identificar erros, ou obstáculos, que estariam travando a
eficácia policial. O governador Jackson Barreto voltará a reunir-se com o
Judiciário, o Ministério Público, o Legislativo, buscando os meios possíveis
para ações em tempos de crise financeira. É possível que sejam anunciadas
alterações na estrutura do governo.
Quando
houve o assassinato do delegado de policia, numa na onda da comoção provocada,
a sociedade manifestou-se, mas não bastam as palavras. O momento requer e impõem
ações, decisão, participação, trabalho, exigências, cobranças.
A título de sugestão para análise fica a
constatação de que há visíveis diferenciações na capacidade operacional das polícias
nos diversos municípios. Em alguns, com o mesmo numero de policiais, com o
mesmo equipamento, com os mesmos meios e evidentemente os mesmos salários, as
coisas andam melhor, bandidos são com mais frequência presos, crimes
elucidados. Sente-se melhor a presença da polícia. Agora, Canindé pode ser a
demonstração de uma realidade também replicada em outros municípios.
Ali, tanto
a PM como a Civil demonstram maior eficiência. No comando do batalhão o
tenente–coronel Rolemberg consegue superar a limitação dos meios disponíveis,
na civil, o delegado Antônio Francisco, com as mesmas carências, cerca-se de
uma equipe pequena, mas operacional, onde estão os agentes Gregório, Joab e
outros. E há resultados visíveis.
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