sábado, 24 de setembro de 2016

HIPOCRISIAS, HIPOCRISIAS

HIPOCRISIAS, HIPOCRISIAS
Uma lei que criminalizaria o Caixa-2 e ao mesmo tempo anistiaria os que o fizeram, ou dele se beneficiaram, sorrateiramente apresentada na Câmara, foi duramente combatida por diversos parlamentares, e na confusão criada só restou a alternativa da retirada da matéria em pauta.
A mídia, que agora virou farol moralisteiro a apontar o porto da virtude, logo desancou o projeto, e alguns deputados começaram a aparecer indignados, denunciando a manobra,  aliás errada e inepta, pela maneira como foi conduzida.
No íntimo de cada um,o sentimento é outro, todavia, têm medo de externá-lo, temendo o linchamento da opinião pública, agora trabalhada para crer que o único mal a afetar o Brasil é a corrupção, e que só uma Lava – Jato espalhada por todo o país conseguiria corrigí-lo .
Não há um só politico no Brasil que um dia, no sôfregocorre -corre das campanhas eleitorais, não tenha  recorrido a algum empresário, pedindo-lhe socorro.  E nenhum deles perguntou seo dinheiro ofertado resultaria do hoje tão satanizado Caixa – 2.
Esse era um procedimento reconhecido e aceito, pelo menos nas rodas  do mundo político, onde aliados e adversários conversavam sobre suas fontes de financiamento.
Não são somente políticos que buscam apoios empresariais, o político, pelas contingencias, faz disso uma prática corriqueira,todavia, não divulgada, já outros setores, como associações de magistrados ou de procuradores ou promotores, vez por outra tornavam público eventos dos quais participavam com o apoio de empresas X ou Y, e esses casos compreendiam patrocínios para eventos, viagens, ou iniciativas das próprias associações ou grupos de magistrados,  e promotores de Justiça. E quem poderia assegurar que o dinheiro gasto em tais eventos estaria estritamente dentro das normas contábeis, com plena obediência às regras do nosso sistema tributário ? Ou que as empresas patrocinadoras fariam tudo por mero altruísmo ?
A Rede Globo promove todo ano o prêmio INOVARE, que é um reconhecimento de boas iniciativas na área dos operadores do Direito que contribuam para a eficácia maior da Justiça. Se amanhã se descobrir que os recursos utilizados teriam passado por uma triangulação em paraísos fiscais, magistrados e procurador e ssofreriam constrangimentos ?
Não se quer aqui afirmar que o meio político venha a ser um jardim florido e primaveril, onde florescem todas as virtudes, seria uma bruta ingenuidade, ou estupidez, imaginar-se tal panorama.
Ninguém, a não ser parceiros do mesmo crime, dirá que na  PETROBRAS, nos Fundos de Pensão, nada mais ocorreu além do financiamento para campanhas eleitorais. A realidade espantosa da roubalheira efetuada não permite tal desconhecimento do que é óbvio e ululante.
O que não se pode é festejar a hipocrisia.

Se na nova lei que se pretende fazer criminalizando o Caixa -2 houver efeito retroativo, não se fará mais nada neste país a não ser assistir o espetáculo televisivo de todos os políticos indo parar na cadeia. E só iriam os políticos ?

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