sábado, 24 de setembro de 2016

A FEDERAÇÃO DOS BANCOS EA FEDERAÇÃO BRASILEIRA

A FEDERAÇÃO DOS BANCOS
  EA FEDERAÇÃO BRASILEIRA
O clube poderoso e exclusivo dos banqueiros, a FEBRABAN , é mais importante do que qualquer um dos estados que integram a República Federativa do Brasil. Inclusive,   do mais destacado entre eles, São Paulo,  que alguns paulistas orgulhosos e também equivocados,  dizem ser a locomotiva  que reboca vinte e seis vagões, ou seja,  estaria a puxar valentemente , pela força do seu dinamismo o resto do Brasil.
São Paulo construiu o seu poderio econômico pela força e competência do seu povo, pela participação dos brasileiros de todos os quadrantes que para lá foram, movidos pela esperança; dos imigrantes que chegaram do Japão, da Itália, da Coreia, da China,  dos judeus vindos de todo o mundo.
Já a FEBRABANé  fortíssima entidade, mas não se pode dizer exatamente hoje, no atual estágio do cassino financeiro globalizado e sem freios, que seja
Comparável aos setores produtivos, como a indústria, a agricultura, que operam nos limites da economia real. A banca não tem limites, especula, faz dinheiro virtual, desfruta dos juros estratosféricos,  com rigidez ortodoxa  traça, para  economia, suas regras próprias que por todos deverão ser obedecidas.
Não é sem motivos fortes que Meireles foi imperial comandante das finanças durante os governos de Lula, presidindo o Banco Central, e agora é o manda – chuva, intocável Ministro da Fazenda no governo  Temer.
Desafiar o cassino financeiro, bater de frente com a FEBRABAN, pode ser tão perigoso como nadar ao lado de tubarões .
E tubarões famintos nunca se aquietam enquanto não tiverem a fome saciada.
Vai dai,a metáfora da  fome do tubarão deve servir para governos inteligentes,  que queiram evitar tempestades. E a estratégia consistiria em não desatender por completo a FEBRABAN,mas,agindo para proteger o trabalhador, fortalecer o lado saudável da economia, aquela que corre riscos, que se faz com a capacidade de empreender,  e que percorre o labirinto infernal dos juros astronômicos, da extorsão tributária, da ganancia insaciável do mercado financeiro.
É isso que Dilma não conseguiu entender pela sua visceral inépcia de lidar com o poder, e é isso que devemoster, pelo menos a esperança, de que  Temer consiga, porque, se não houver um mínimo de alento para a economia, o país submergirá, enquanto os bancos continuarão exibindo seus lucros fantásticos.
Se amanhã algum banco,um daqueles   criados pelos felizes economistas que ajudaram a fazer o Plano Real, começar a dar sinais de debilidade, e houver uma corrida aos depósitos,  Meireles acenderá o sinal vermelho ,dirá que há iminente risco sistêmico e a possibilidade de contaminação de toda a rede bancária.  Então, o tesouro da República terá dinheiro  para tapar o rombo, seja ele de um,  cinco,  ou  mais bilhões. Para coisas assim Meireles estará sempre vigilante e solícito no atendimento.
Quatorze governadores foram a Brasília para uma reunião com o presidente, que não os recebeu, desculpou-se, e designou Meireles para ouvi-los. Como se sabe ,os governadores não mereceram sequer um gesto de boa vontade diante do pedido que fizeram: apenas sete bilhões, para que salvem os estados  da bancarrota completa  que se avizinha com o agravamento da crise .
Jackson Barreto, que era um dos quatorze , apenas perguntou: ¨Ministro e o que eu faço quando não puder pagar mais o caminhão – pipa que leva água para as pessoas do  semiárido que estão vivendo agora o sexto ano sem  chuvas ¨?
Meireles respondeu contrafeito, explicando que tudo se resolverá quando a economia voltar a crescer . Ate lá que se aguentem os que têm sede, que façam impossíveis cambalhotas financeiras os governadores.
Se os governadores efetivamente declararem estado de calamidade, e são agora já dezessete,  a repercussão no mundo financeiro  será  péssima, tanto aqui dentro como no exterior.
Depois disso, Meireles receberá os representantes da FEBRABAN, muito preocupados, então, ele dará atenção à outra  federaçãozinha, aquela,

a República Federativa do Brasil, formada por 26 estados e um território federal, todos, menos importantes do que a FEBRABAN.

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