sábado, 27 de agosto de 2016

A PESQUISA DO IBOPE E A ARTE DO CAMALEÃO



A PESQUISA DO IBOPE E A ARTE DO CAMALEÃO
Números revelados pela primeira pesquisa do IBOPE na TV Sergipe foram, para o PSB, muito mais do que uma surpresa. Foram, na realidade, um acachapante susto. Teria soado o alarme no partido, antes mesmo de iniciada a campanha.
Valadares Filho tinha em mãos pesquisas internas que lhe davam uma certa vantagem sobre os seus principais oponentes, o ex-prefeito Edvaldo Nogueira e o prefeito João Alves.
Ou seja, teria números superiores a vinte  por cento da preferência popular, o que, naquelas pesquisas realizadas na segunda quinzena do mês de julho, lhe colocariam na dianteira, seguido de perto por Edvaldo Nogueira e João Alves Filho. Aconteceu depois a inusitada aliança do PSB com aqueles 10 ou 11 partidos, quase todos arrebanhados pelo dublê de homem de negócios e político Edivan Amorim.  Depois disso, a pesquisa do IBOPE mostra que Valadares Filho ficou em terceiro lugar, próximo da quarta colocada, a professora Sonia Meire, abaixo 3 pontos de João Alves, e com Edvaldo Nogueira em primeiro, marcando 13 pontos à sua frente.
Convictamente, esperava-se no PSB que a aliança feita com o grupo de Edivan Amorim resultasse imediatamente num acréscimo de votos, que seria observado logo, ampliando-se, dessa forma, a dianteira do candidato Valadares Filho.
Aconteceu o imprevisto. Todavia, não era o imponderável. Abalizados observadores da cena política aracajuana, já prevendo uma reação forte do eleitorado, teriam advertido ao senador Valadares sobre as consequências  negativas  da adesão ao grupo de Edivan, um mimetismo político que não seria bem avaliado pelos aracajuanos.
No mundo animal o mimetismo é uma característica incomum, observada, mais amiúde, naquelas espécies frágeis, com pouca capacidade de locomoção ou inadaptadas para resistir, enfrentando predadores ou deles escapando, graças à rapidez como fogem.
Na nossa fauna o mais comum entre os que conseguem mimetizar-se, é o camaleão.
Por isso, o bicho, vez e meia, deixa de ser substantivo, e se torna um adjetivo pouco lisonjeiro: “Fulano é um camaleão”. Isso, para classificar aqueles que,  vai não vai , mudam de cor, trocam de roupagem, alteram as suas características, reorientam os seus discursos, preferem outras amizades,  substituem  idéias e grupos.
O camaleão mesmo, não aquele que é adjetivo, mas o simples, prosaicamente substantivo, muda, troca de cor para camuflar-se, assumindo as tonalidades, os matizes preponderantes no ambiente. E faz isso para sobreviver, jamais por oportunismo. Mimetiza-se para escapar vivo.
Charles Darwin, o sábio inglês que elaborou a teoria da evolução das espécies, viu, na capacidade de mudar de cor inerente a certos bichos mais frágeis, como no caso do pachorrento camaleão, a arma que a natureza lhes dotou para que garantam a sobrevivência  na áspera e implacável luta pela vida.
O camaleão mesmo, o substantivo, nem sabe o que é conveniência, muito menos o oportunismo.
Já o camaleão adjetivo...

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