domingo, 20 de março de 2016

SUSPEITAS SOBRE UM JUIZ E AS DERRAPADAS DE DILMA



SUSPEITAS SOBRE UM JUIZ
   E AS DERRAPADAS DE DILMA
De nada adianta agora para Dilma ou Lula colocarem sob suspeita as ações do Juiz federal Sérgio Moro. Ele é, sem dúvidas, um homem conservador, beirando o extremismo da intolerância com a esquerda e ,evidentemente, com o PT, partido caído em desgraça, mas, que foi o símbolo maior da luta pelas transformações sociais.
A nossa remanescente presidente, em mais uma atitude das tantas desatinadas e infantis que vem cometendo,  subverte as regras da convivência harmoniosa entre os poderes,  e desce da sua cadeira de mandatária maior do país para abrir uma guerrinha particular contra um Juiz.
   Lula,  desastradamente, nas conversas particulares grampeadas e divulgadas  pelo Juiz Moro, afrontou as instituições, usando a linguagem vulgar e chula de um arreeiro ,  e aí, quem iria para  ¨ ajudar ¨, desajudou . No dia seguinte ao tumulto que gerou, pela primeira vez na História da República, uma farra de ações judiciais contra a competência exclusiva da presidente  de  nomear ministros, vai  Dilma inaugurar um conjunto popular na Bahia e desanda a falar impropriedades,  a acirrar os ânimos, num país que precisa mais do que nunca ouvir a voz da sensatez.
Apesar de tudo o que de inoportuno e ofensivo falou, supondo-se amparado pela privacidade, Lula, na concentração popular da Avenida Paulista, teve a serenidade responsável de quem lida com emoções, e sabe que poderá acirrá-las ou contê-las. Ele foi prudente, comedido, sensato, fez um apelo ao entendimento, lembrou que a virtude maior da democracia é tornar possível a convivência pacífica dos contrários.
Vem em seguida o Ministro Gilmar Mendes, personagem mais do que suspeito quando se trata de julgar algo em que esteja envolvido Lula ou o PT, e convalida uma liminar alegando que havia desvio de finalidade na nomeação de Lula para Ministro Chefe da Casa Civil, o que se trata de algo subjetivo, e com subjetividades não se faz a verdadeira justiça. Vai daí, torna às mãos do Juiz  Moro o destino de Lula, e não há duvidas de que o Juiz decretará rapidamente a prisão preventiva do ex-presidente.
Depois das manifestações desse sábado, com a participação maciça das Centrais Sindicais, dos movimentos sociais, alguém, dotado de bom senso, poderá imaginar que essas entidades, com poder para paralisar o país, irão tolerar uma ação judicial posta sob o crivo de uma quase certeza de ter caráter político ? Ainda mais com um processo de impeachment posto a andar com a celeridade afrontosa que lhe imprime o presidente da Câmara, enquanto retarda, protela e inventa subterfúgios para que não se faça o julgamento dele próprio ? Pode o processo grave de afastamento de uma presidente ser comandado por um  notório desqualificado  moral,   como é  o deputado Eduardo Cunha ?
O país  precisa de paz, trabalho, entendimento, ha uma indignação   hoje  ampla, geral e irrestrita.  As ruas vêm  sendo ocupada por pessoas  indignadas das classes alta e  média, mas os movimentos sociais já começaram a tomar posições, numa ação contrária ao impeachment.  Configura-se o prenúncio claro de que, a perdurar essa situação, o confronto violento se tornará inevitável.
O Ministro Teori Zavaski, com a sua voz abalizada e a autoridade dos justos, advertiu para a necessidade que tem o Juiz de agir com isenção, sem se deixar contaminar por paixões políticas,  de manter a discrição, de apenas falar nos autos, e não se seduzir pelos holofotes da mídia. Quando um Juiz se transforma em foco de conflitos políticos e sobre ele as opiniões se fazem acirradamente controversas e divergentes, e  chega a pedir apoio da opinião publica para as suas ações, como   fez Sérgio Moro, seria o instante exato para uma instancia superior, no caso o STF, agir no sentido de restabelecer o clima de serenidade, sem o qual os julgamentos  deslizam da segurança da imparcialidade para o inconformismo da suspeita. Juízes  apagam incêndios, não os provocam.

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