PARALELO DÁ EMPREGO
Um quilômetro de asfalto aplicado numa rua secundária ou numa
estrada vicinal gera, no máximo , uns 10
empregos diretos e indiretos,
computando-se aqueles gerados desde o inicio da prospecção do petróleo,
passando pelo refino, a usina, o transporte e, finalmente, a aplicação sobre o
solo. Mas, quando se trata de usar o asfalto no interior,nas regiões mais
remotas, os empregos ficam distantes, no
próprio local, nem uma só vaga de trabalho se abre. Mas os prefeitos preferem
reivindicar o asfalto para os seus povoados, para as suas estradinhas precárias,
destinadas a um trafego incipiente.
Na quinta – feira dia
29 o governador em exercício Belivaldo Chagas foi ao interior fazer inaugurações. Em
Riachão do Dantas um ginásio de esportes que levou o nome do governador Marcelo
Déda, em Tobias Barreto uma ponte sobre o Rio Real, aquele cada dia com menos água e mais poluição que
nos separa da Bahia. Mas a inauguração, talvez de menor porte todavia com maior significado para a mudança
de um paradigma hoje obsoleto, foi a pavimentação a paralelepípedos das ruas do
Povoado Poço das Claras. A pedra, o
granito usado nesse tipo hoje quase abandonado de pavimentação, vem de pedreiras
que ficam próximas. Em Tobias Barreto, Tomar do Gerú, há inúmeras pedreiras desativadas porque o
asfalto entrou em cena e todos agora o preferem . Prefeitos, a própria
população, não ficam contentes se em vez do asfalto for colocado o paralelo.
Enquanto isso as pedreiras foram sendo desativadas e os seus trabalhadores,
gente especializada, saíram a procurar
trabalho em outras localidades. Já a pavimentação com o granito
é feita somente com mão de obra local. Um quilômetro de paralelepípedo
gera em torno de vinte empregos diretos e indiretos, com a vantagem sobre o
asfalto de que os recursos circulam na própria comunidade.
No semiárido onde existe uma abundancia de granitos, e muitas
pedreiras desativadas, a pavimentação de ruas
de povoados e de estradas vicinais a paralelos seria, agora, uma
atividade fortemente geradora de empregos no momento em que a calamitosa
estiagem vai chegar aos seis anos. No
semiárido, em municípios como Porto da Folha, Poço Redondo, Monte Alegre, Gararú, Canindé, o desemprego é a praga
social mais grave, que está, por outro lado, alimentando a violência crescente.
O Prefeito de Canindé Heleno Silva vai bater ás portas da Caixa Econômica,
levando projetos, e solicitando uma parceria para a execução de um plano de
pavimentação a paralelo em ruas de
povoados e estradas vicinais. Seu objetivo é abrir frentes de trabalho, e gerar
algo em torno de 300 empregos. Vale notar que só em Canindé existem, pelo menos,
cinco pedreiras agora quase desativadas, onde antes trabalhavam cerca de
duzentas pessoas. As pessoas precisam compreender que asfalto é ótimo, todavia,
para áreas urbanas de trafego intenso, e estradas principais.
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