sábado, 11 de julho de 2015

UM CHEIRO DE ESPANHA NO AR

UM CHEIRO DE ESPANHA  NO AR
Quem conhece a história da Espanha, particularmente  daquele período que antecedeu o estourar da guerra civil, em 1936, deve andar preocupado, sentindo por aqui aquele mesmo cheiro repugnante da politica quando se desencaminha  pela estupidez do ódio e da irracionalidade.
Antes que a Guerra Civil espanhola começasse, e em quatro anos ceifasse  mais de um milhão de vidas,  esquerda e direita enfrentavam-se nas ruas com a mesma fúria desatinada como agem entre nós essas gangs que a sí mesmas dão o nome de torcidas organizadas.
 Foi-se o tempo em que a violencia era apenas dessas gangs, que existem apenas enquanto a elas as instituições concederem a benevolencia da tolerancia. Agora  a coisa é mais grave, muito mais preocupante. Já andam pelas ruas, nas redes sociais,  em atos de descontrole emocional, até em igrejas,  a pedir intervenção militar, ditadura. Um Aécio Neves, que se tornou presa das suas ambições particulares, junta a sí um bloco insensato e aventureiro, e quer assumir a presidencia porque foi o segundo colocado na eleição,  da qual espera ver retirada, num golpe inicialmente judicial, a chapa Dilma- Temer.
Imaginaria o trêfego e irresponsável Aécio que as forças armadas brasileiras iriam desempenhar o papel de capitães do mato, para servirem a um egoista, vaidoso e ressentido ?
Convenhamos, a Dilma é realmente um desastre de inabilidade .  A presidente é politicamente inapetente e administrativamente jejuna , e mais ainda teimosa, cabeça dura. Até agora, contudo,  não ha qualquer evidencia de que ela seja  corrupta, dilapidadora dos cofres públicos. A pressão social já a colocou em movimento. E  Dilma começou a ter boas iniciativas no sentido de amenizar e vencer a crise, em parte criada por ela mesma,  e em parte bem maior, pelas circunstancias do cabaré  de especulação financeira em que se transformou o mundo. Em pouco mais de um mes  as bolsas chinesas viram sumir pelo ralo mais de dois trilhões de dólares. Essa fluidez gigantesca de uma riqueza representada por papeis, é uma das características da  irresponsabilidade completa que tomou conta dos mercados com a globalização e o neoliberalismo, tudo traduzido na carta branca concedida,  para que, em  função do lucro, nada seja proibido. E a mídia, toda ela, nacional e estrangeira se coloca a serviço desse cabaré sem dono.  Todas as advertencias feitas por gente responsável, inclusive, por gente graúda do proprio mercado, tambem por Obama e outros líderes mundiais, têm sido ignoradas, e a farra continua, até que se chegue a uma desastrosa encruzilhada fatal.
Com relação à China,  só loucos ou economistas  poderiam acreditar que seria possivel manter, indefinidamente, um crescimento do PIB em cifras superiores a dez por cento ao ano.
A crise  brasileira é grave, suas causas são   internas, e agora, mais do que nunca, tambem  externas. O momento é delicado, envolve uma gama insuspeitada de riscos. Manda, o bom senso, que busquemos a sensatez, o equilibro, que nos refugiemos na criatividade e no esforço coletivo e individual para a busca de caminos novos e a superação da crise.
Mas a  a marcha da insensatez prossegue. Políticos  estão enxergando somente o prório umbigo, Ninguem discute o Brasil, ninguem analisa as consequencias  das ambições desenfreadas. O país  está sendo levado para a mesquinhez, quando se faz necessária uma visão de grandeza. Há ódio, preconceitos antigos agora exacerbados e soltos, há um sentimento maléfico de revanche, ( contra o que ? ) quando se deveria buscar o entendimento, a conciliação. Necssitamos de um pacto, de uma frente ampla em favor do Brasil, e só assistimos  a fragmentação gerada pela diversidade de interesses que atropelam o interesse público, o projeto nacional.

Para um melhor entendimento da crise e dos desvarios do mercado financeiro recomendamos a leitura do livro CRASH, de Alexandre  Versignassi, Editora Leya.

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