domingo, 5 de julho de 2015

O SANTA MARIA COMO EXEMPLO

 O SANTA  MARIA
COMO  EXEMPLO
Quando se falava em violência em Aracaju, o bairro Santa Maria logo surgia como  área onde se registravam os piores índices de criminalidade. Bairro pobre, formado por uma população de excluídos que ali foi  acomodar-se em barracos, e onde quase não havia a presença do poder público. Em torno da Penitenciária a surgiu uma outra  favela habitada por familiares de presos  . Ali,  tudo conspirava contra o equilíbrio social. O Ministério Público colocou em prática idéias de transformação, o governo do estado e a prefeitura de Aracaju a elas aderiram. Parceria formada, surgiu a Escola Santa Maria, vieram postos de saúde, delegacia, começou a formar-se um núcleo   de industrias, expandiram-se outras atividades econômicas; ampliou-se a geração de empregos. Déda construiu um Centro de Esportes. Maurício Pimentel cuidou dele com carinho,  criatividade e eficiência. Logo, centenas de jovens estavam praticando diversas modalidades de esportes. O professor  de Artes Marciais, Laus Rocha, que deu inicio aos cursos e lá continua trabalhando, registra as mudanças ocorridas no comportamento dos adolescentes. Chegaram agressivos, indisciplinados, bagunceiros, tornaram-se calmos, sensatos, pacíficos, aprenderam a conviver.
Não se quer dizer que hoje o Santa Maria seja  modelo de paz, mas a violência diminuiu consideravelmente.

Iniciativas particulares também contribuíram para essa mudança, como a instalação de um Centro de Capoeira de Angola, que é também núcleo de disseminação cultural e escola alternativa. O responsável pelo projeto é o professor e pesquisador Gilson Reis, funcionário do Arquivo Público Estadual. Ele viveu na Europa, passando temporadas em Portugal, na Espanha, na Itália. Acompanhou bem sucedidas experiências de recuperação de drogados, de transformação de áreas problema em comunidades normais. Gilson faz pertinentes observações sobre os equívocos cometidos na repressão ao trafico de drogas, e à criminalização  que se mostra ineficaz. E aponta como bons modelos para o Brasil, atitudes há algum tempo adotadas em países europeus em relação às drogas, que aqui precisam ser discutidas e testadas.  A repressão pura e simples, apenas acumula insucessos.

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