sábado, 25 de julho de 2015

AS SINGULARIDADES DA TERRA BRASILEIRA

AS SINGULARIDADES
 DA TERRA BRASILEIRA
 Viajantes aventureiros,  desbravadores , religiosos ou  cientistas curiosos, que  desde a descoberta da Terra Brasilis, começaram a nos visitar, percorrendo nossas costas, adentrando pelos rios, varejando nossas montanhas  e selvas, escreveram, alguns deles, relatos que se tornaram famosos e circularam pelo Velho Mundo. Eram descrições fabulosas.    Hans Staden,     aventureiro e arguto observador, no seu livro Duas Viagens ao Brasil, revelou ao mundo uma das singularidades  brasileiras que assombrou a Europa: o festim de um banquete canibal,¨ onde a comida chega pulando ¨, o prisioneiro  levado aos saltos, para ser abatido e devorado Um outro, André Thevet  deu ao seu livro o título de Singularidades da França Antártica, descrevendo a ocupação francesa em pequena área do Brasil. Em todos esses escritores o que avultava nas suas obras eram, exatamente, as singularidades daquela exótica terra,  dos gentios nus, as índias  com ¨ suas vergonhas raspadinhas ¨  na expressão do olhudo padre  Caminha.
Essas  ¨ singularidades ¨  se fazem presentes ao longo da nossa História.
Difícil enumerá-las todas. Desde a descoberta por erro de navegação, à independência feita no grito por um príncipe português erguendo, quase ao mesmo tempo a espada e as calças, depois de mais um  episódio culminante da diarréia que o subjugava.
A República nasceu, da mesma forma singular proclamada por um marechal monarquista, que tiraram da cama para colocá-lo na sela de um cavalo republicano.
Um jovem que se transformou em presidente dizendo-se ¨ caçador de marajás ¨,  agora senador grisalho passeava  nas ruas de Brasília alternando-se ao volante de uma Ferrari vermelha, uma Lamborghini, prateada e um esportivo Porche branco. Esse jovem que dizia ter ¨aquilo roxo ¨  fez, numa democracia, o que a revolução comunista não conseguiu  na Rússia: igualou ricos a pobres da noite para o dia, deles seqüestrando todo o dinheiro que possuíam. Façanha quase igual foi a do maranhense que saltou da ditadura para ser   presidente, ( rimou) com seus igualmente amalucados planos,  botando nas ruas ¨os fiscais do Sarney ¨ que, tal como comissários soviéticos,  se investiam no poder de fechar as portas de supermercados, açougues, farmácias, e caçarem bois nos pastos.
A mais recente e dessa vez benfazeja singularidade nossa é que o país da impunidade guarda agora na cadeia executivos de empresas que, somadas, podem ultrapassar os dez por cento  do PIB brasileiro, se, entre eles, forem incluídos os  diretores e gerentes da saqueada PETROBRAS.
Ex-deputados e senadores também estão na cadeia, junto com ex- ministros. Os dois presidentes do Senado e da Câmara , debaixo de  investigação e com seus pertences levados pela Policia Federal. Sobre o sinistro Eduardo Cunha já se diz que ele traçou duas alternativas : ser candidato à Presidência da República ou ir parar na cadeia.

Como    se vê ,   singularidades     não nos    faltam,    desde as ¨ vergonhas raspadinhas ¨  das jovens índias nuas, no passado, às desvergonhas expostas e punidas no presente de tantos  que vestem Prada.

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