sábado, 27 de junho de 2015

ATÉ NA GUERRA NÃO SE EXCLUI O DIALOGO



ATÉ NA GUERRA NÃO
SE  EXCLUI O DIALOGO
Acabou, felizmente, para as dezenas de milhares de alunos da escola pública estadual a greve dos professores. Depois dos destemperos, das agressões feitas por sindicalistas após  decisão da  Justiça considerando ilegal a greve, tão alongada, lideranças do SINTESE, reencontraram-se com o bom senso e decidiram  , acatar a ordem judicial, acabando a greve. Obediência à Justiça é  a única atitude a  ser adotada nas sociedades civilizadas que criaram um arcabouço legal através do qual se mantêm distantes da barbárie, e assim sobrevivem, evoluem, aprimoram  suas instituições.
Até nas guerras existe um momento em que as armas terão de ser substituídas pelo diálogo, isso acontece, principalmente, quando os contendores constatam que não podem subjugar  um ao outro e impor uma rendição incondicional.
A contenda entre o Sintese e o Governo, está longe de ser uma guerra, e assim, mais fácil ainda se tornará a abertura para o diálogo, e se procure um entendimento, ou, pelo menos, um armistício, enquanto se vão aparando as  arestas.
  Para que isso aconteça é preciso trocar  o ranço pela civilidade. Numa democracia como a nossa onde existe uma tolerância geral, e não ser em casos isolados como no desastroso e repugnante episódio registrado no Paraná,  reivindicação social não é caso de polícia.
Nisso o Brasil tem dado ao mundo exemplos.  Nos colocamos num patamar superior, até mesmo daqueles países que primeiro experimentaram as excelências da democracia.
Nos  referimos, aqui,  numa série de quatro artigos, ao que denominamos ¨estilo carcará do Sintese e da deputada¨. No caso, Ana Lúcia. Esse estilo pode ser resumido na palavra ranço,  a mesma coisa que intolerância, uma certa arrogância, alguma dose de fanatismo e incivilidade, de desrespeito às pessoas, de presunção da verdade. Ranço é, também,   a  visão mesquinha que não consegue abranger a totalidade dos aspectos de um problema e,  por isso, se amiúda,  individualizando  ataques e escolhendo alvos pessoais. Ranço é transformar questões maiores em questiúnculas personalizadas, em ojerizas ou indiossincrasias , dessas que Sigmund nem sempre explica. Seguindo-se  o mau exemplo do Sintese e da deputada Ana Lúcia,  se poderia, desnecessariamente,  chegar à  deputada , por exemplo , para observar, sem criticas, que ela tornou-se professora sem concurso, nomeada pelo governador Paulo Barreto e, sem demorar em sala de aula, foi logo  agraciada com um Cargo em Comissão para trabalhar na Secretaria de Estado da Educação.  Atravessou,  contemplada com esse CC, os governos de Paulo Barreto, Jose Rolemberg Leite, Augusto Franco, João Alves, Antonio Carlos Valadares e Albano Franco. Assim, sempre encastelada  no seu Cargo de Confiança, apesar de  bater no peito  reafirmando suas convicções oposicionistas e revolucionárias. Nada melhor do que fazer revolução amparada por um Cargo de Confiança. Também esteve Secretária de Estado e Municipal por tantas vezes, sem que, das suas gestões, surgissem iniciativas concretas de transformação  ou mudança, muito menos revolucionárias. A máquina da Secretaria de Ação Social lhe serviu,  por exemplo, para montar uma rede eleitoreira em todo estado, o mesmo que sempre tem sido feito pelo sindicato endinheirado que  ela controla. Se o carcará é ave predadora, a deputada dele, mais e mais se aproximaria.
Mas tudo isso é  inútil, nada acrescenta à tentativa de contribuir para  que se encontrem novos e melhores caminhos para a educação sergipana. Insistir em acusações pessoais dessa natureza, seria puro ranço. Melhor então, reconhecer na deputada a figura de uma militante que sempre deve ser parte do diálogo, da mesma forma o Sintese,  apesar dos métodos que preferem utilizar.
Assim combinado, então  , estabelecendo-se o dialogo, seria bom que, antes da demonização das propostas agora formuladas  pelo professor Jorge Carvalho, que a elas se desse  algum  crédito, pelo menos o de merecer uma analise, uma avaliação destituída de preconceitos,  sobretudo, de ranços. Não é possível que alguém  merecedor de tantas avaliações positivas em Universidades brasileiras e estrangeiras, que tanto se debruçou sobre os problemas da educação,e sobre o assunto escreveu tantos livros, seja agora equiparado, junto com a sua equipe, a demônios recrutados pelo governador Jackson Barreto para executar a tarefa macabra de destruição da educação sergipana.
Que se abra um espaço para a sensatez.
Que se dê uma chance para que possa florescer o diálogo.
A sociedade brasileira está sendo contaminada pela infestação de tantas formas de intolerância, de visões extremadas, que levam desatinados a lançar pedras contra pessoas  freqüentadoras de cultos afro-brasileiros, ou agridem homossexuais, negros e nordestinos.
Será que já não nos assustam e bastam os Malafaias, os Felicianos, os Bolsonaros ?
Felizmente, por aqui, ainda não temos os trapos do passado escravagista  transformados em bandeiras incitando ao ódio, como aconteceu na Carolina do Sul, onde um racista desatinado matou, numa igreja nove pessoas, entre elas cinco pastores negros.
Todos nós,  tão distantes dessas degenerações de indivíduos e coletividades, temos de dar o exemplo, valorizando o diálogo, antídoto contra a intolerância e os ranços de qualquer natureza.

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