sábado, 30 de maio de 2015

O ESTILO ¨ CARCARÁ ¨ DO SINTESE E DA DEPUTADA (1)

O ESTILO ¨   CARCARÁ ¨ DO
SINTESE E DA  DEPUTADA (1)
 Quando a ditadura ainda era envergonhada,  sem exibir  a  face despótica  do Ato Institucional nº 5, sobreviviam alguns resquícios de liberdade. Nas artes, principalmente na música,   esboçavam-se  sutis  protestos.  Houve aquela  canção de Geraldo Vandré: ¨ Caminhando  ¨ , ou ¨ Prá Não Dizer que Não Falei de Flores,¨ logo   transformada em poético hino de inconformidade e esperança. Houve aquela outra, de João do Valle,   onde um bicho,   o gavião Carcará, ave valente do sertão, começou a simbolizar a dureza da resistência contra a adversidade, ou a necessidade da luta.
Foi quando a voz adocicada de  Nara Leão e uma outra maviosa e marcial de Maria Betânia ouviram-se,  e se fizeram repetidas: ¨ Carcará , Pega, Mata,  e Come ¨......
 Em tempos de opressão, a maldade exaltada pode servir como forma de   encorajamento dos fracos em atitude de desafio ao poder armado.
 Quando , ressurgindo, ¨ raiou a liberdade no horizonte do Brasil,¨ como proclama o Hino da Independência, a democracia, reconstituída, tornava possível o convívio civilizado entre divergentes.    Maniqueísmo, ou seja,  a atitude sectária, intolerante, de quem se acha  dono absoluto da verdade e  decide desconstruir tudo o que lhe parecer contrário às suas concepções exclusivistas, ou aos seus interesses particulares, é um comportamento incompatível com o conceito de democracia.
O  SINTESE e a deputada Ana Lúcia parecem adoradores  do fanático sacerdote persa, Maniqueu, cujo nome adjetivou-se para simbolizar as visões opostas e inconciliáveis do Bem e do Mal. O bem era ele, o mal,  aquilo que ele queria que fosse.
O SINTESE e Ana Lúcia, representam o Bem, o resto é o Mal, segundo a concepção maniqueísta que os deforma.
Assim,  justificam uma greve interminável que destrói  os projetos de vida de 170 mil alunos da rede pública. Vem aí o Enem,  nesta terça-feira  acontece a Olimpíada da Matemática, e as escolas estão fechadas.  Os pais reclamam, a sociedade protesta, lembra que escolas fechadas deixam alunos nas ruas, onde estão os traficantes  conquistando ¨ fregueses ¨,  que  logo serão viciados, traficantes, em seguida  vítimas da violência. De nada vale o sentimento e as angústias coletivas  , porque a ¨ verdade  ¨ corporativa do SINTESE e a ¨ verdade  ¨ eleitoral da deputada Ana Lúcia,  representam o Bem.   O resto é, simples e desprezivelmente,    o Mal.
Desde  o Secretário da Educação Martinho Bravo,  até hoje,  nunca  houve um só deles,  ou um governador, que não fossem vítimas do estilo  Carcará do SINTESE   e da deputada. É a pedagogia do cangaceirismo.  No discurso e na ação.
 Luiz Antônio Barreto,   intelectual  prolífico e semeador de cultura,  cuja memória Sergipe    reverencia, foi Secretário da Educação no  governo de Albano Franco. Colocou em prática idéias que significavam mudanças  .  Desgostou  um sindicalismo que se nutre  do atraso e de concepções pseudo-modernizantes da educação. Do desgosto, surgiu o ódio.  Luiz Antonio foi vítima de uma campanha sórdida, o estilo Carcará, ou o cangaceirismo-  político-corporativo  posto em prática. Das denuncias, todas falsas, forjadas, maldosas, surgiram os processos. Foram 22, que pesaram sobre alguém com  a saúde fragilizada, e era pobre,  destituído de patrimônio, e se via acusado de ter enriquecido roubando. Luiz foi absolvido, mas as seqüelas permaneceram  .  Morreu prematuramente, atormentado pelo constrangimento moral de que foi vítima.  Jose Lima,  professor  altamente qualificado, ex-Reitor da UFS, tentou corrigir mazelas. Foi crucificado. Contra ele desencadeou-se a fúria do estilo carcará-cangaceiro. Denunciado, Jose Lima, homem rigorosamente ético,   hoje presidente do Conselho Nacional de Educação, respondeu a processos.  Só agora foi inteiramente inocentado, sendo comprovada  a falsidade  das denuncias.
 Belivaldo Chagas,Secretário da Educação,  político habilidoso,  homem  correto, essencialmente conciliador e  democrata,    não escapou do enxovalhamento  habitual.

Quando Déda já estava desenganado,  e disso todos sabiam, o SINTESE fez um  ¨enterro  simbólico ¨ do governador. A deputada Ana Lúcia, duas vezes secretária de Déda,  companheira de partido,  participou daquele ato grotesco de inimaginável crueldade e desrespeito a um ser humano. Depois, no ato  final, infelizmente verdadeiro, também estava presente  Ana Lúcia. Houve quem enxergasse uma furtiva lágrima  na sua face. O estilo Carcará – Cangaceiro- Maniqueista , também sabe ter duplicidade de rostos. ( Continua no próximo domingo)

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