sexta-feira, 24 de outubro de 2014

QUANDO ELEITORES FICAM DO OUTRO LADO DA RUA



QUANDO ELEITORES FICAM
DO  OUTRO LADO DA  RUA
Quando o PSB sergipano fez, na Associação dos Agrônomos,  um ato público de apoio a Aécio Neves, no auditório que não é tão grande estavam pessoas que  na sua maioria foram levadas pelo PSC dos derrotados irmãos Amorim, do DEM e do PSDB. Integrantes mesmo do PSB eram muito poucos. De todos os prefeitos do PSB, que seriam dez, só um compareceu ao ato, foi Eduardo Marques de Pinhão. Eduardo é um civilizadíssimo conservador,  político que tem  formação intelectual e ideológica que nada o aproxima do  socialismo.   Filiou-se ao PSB  como tantos outros, menos por afinidade ideológica e, muito mais, por lealdade ao velho amigo  senador Valadares, de quem foi assessor  na Secretaria da Educação no governo Augusto Franco. Eduardo sempre votou no lado oposto à esquerda,  e sua presença ali era uma demonstração da sua coerência política, mas, tendo votado em Jackson Barreto e lhe garantido  larga margem de votos em Pinhão, Eduardo fez, no seu discurso, a ressalva de que continuava ao lado do governador reeleito e  somente naquele episódio não o seguia. Apenas um curioso detalhe: Quando Maluf foi candidato à presidência da República Eduardo ainda não se decidira em quem votar. Três dias antes da eleição ligou para o candidato e comunicou-lhe que iria votar nele. Pinhão,  com reduzido eleitorado, votou quase todo em Maluf, e foi o único município brasileiro  fora de São Paulo onde o polemico  ( e bota polemico nisso ) presidenciável paulista,  conseguiu  ter maioria de votos.
Uma  outra curiosidade a registrar , por sinal repleta de sinalizações,  motivos, e também conseqüências:  Havia um  numeroso aglomerado de militantes  do outro lado, e não era apenas   do  lado oposto da rua. Aquela pequena distancia ,   muito além  do que o simples espaço físico,    marcava  claras e talvez permanentes divergências. Do outro lado ficavam os que faziam uma  entusiasmada manifestação a favor de Dilma. Todos eles foram eleitores do senador Antonio  Carlos Valadares nos dois últimos mandatos por ele conquistados.
 O sempre comedido  sensato senador, ao que se diz, influenciado pelo presidente estadual do PSB, o agrônomo Paulo Viana, que é também seu conselheiro político, teria optado por Aécio, quando, a depender do deputado federal reeleito Valadares Filho e  mais ainda do vice governador eleito Belivaldo Chagas, teria permanecido no mesmo grupo que integrava desde que aproximou-se de Marcelo Déda,  ajudou fortemente duas vezes  a elegê-lo governador,  assumindo, ao mesmo tempo,  compromissos com uma política de transformações sociais  ao lado de Lula e de Dilma. Paulo Viana participou de todos esses episódios, foi Secretário da Agricultura de Déda e mais recentemente, nomeado por Dilma, ocupou a superintendência da CODEVASF . Com apoio do senador Valadares,   que era aliado de Dilma,  permaneceu no cargo, vencendo a disputa com o grupo  dos Amorins, cujo representante  em Brasília o senador Eduardo,  na ocasião também  aliado de Dilma, exigiu, sem sucesso, a direção da CODEDVASF em meio a  uma chuva de pesadas acusações ao senador Valadares  e ao seu grupo,  desfechadas pela  Rede Ilha, de Edivan Amorim.
Esses episódios muito recentes eram relembrados por quem estava  segurando bandeiras de Dilma vendo, do outro lado, o senador  em quem votaram , envolvido pelas bandeiras de Aécio, agitadas pelos partidários do PSC, DEM e PSDB, exatamente o grupo político que ele, Valadares, ajudou a derrotar, por sinal fragorosamente em Sergipe, quando reelegeu-se Jackson Barreto.

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