sábado, 26 de julho de 2014

O BURACO DOS INFERNOS



O BURACO DOS INFERNOS
Na Idade Média, tempos de tantos pavores, de vida misturando-se a toda hora com a morte,  de infindáveis penitencias para que  a cada alma se abrissem as portas do paraíso, havia, diante de todos, o desenho aterrorizante dos suplícios eternos do inferno. Dante, ainda que ouvindo o suave rumorejar do Arno, que até às portas de Florença corria entre bosques, mesmo assim, fez uma descrição tétrica  do inferno, a começar pela sua soturna e desesperançosa  porta, ou seja,   o próprio buraco onde se enfiaria o demônio. A busca do Santo Graal, nas terras da Pelestina, desde então já martirizada, gerou aquela loucura coletiva das Cruzadas, por isso, se deu pouco destaque nas coisas do medievo, aqueles que se dedicaram à procurar a porta, ou o buraco que daria acesso aos horrores  dos domínios de Satanás. De tanto procurarem chegaram á conclusão   didática de que cada cratera de um vulcão fumegante seria por onde entravam  e saiam os demônios e por onde chegavam, numa viagem sem volta, as almas condenadas. 
Depois, nos tempos modernos, os homens começaram a fabricar os seus próprios infernos, personalizados, aqueles lugares onde impera a violência, o ódio, a carnificina, a desumanidade.
A Faixa de Gaza onde se consuma agora um genocídio, foi o inferno que o Estado de Israel meticulosamente preparou com requintes perversos para lá manter confinados  milhões de desgraçados palestinos. O povo judeu sabe muito bem o que significam esses infernos criados pelo ódio humano. Como vítimas, 5 milhões desse laborioso povo foram exterminados nos infernos de Hitler, o chamado holocausto. Os judeus sobreviveram, ganharam uma pátria, que teria de ser dividida com os  palestinos, também seus antigos ocupantes. Pela força anexaram territórios, dividiram o futuro Estado palestino em duas partes separadas, a Cisjordania e a Faixa de Gaza. Na Cisjordania Israel continua a construir seus assentamentos  e a parte palestina cada vez mais encolhe. Na Faixa de Gaza não entra um pirulito sem ser inspecionado pela férrea segurança de Israel.  Imaginem uma faixa apertada entre o mar e o deserto onde todos os espaços estão ocupados por edificações, e ali   ataca a máquina de guerra mias sofisticada  do mundo. Israel comete um genocídio contra um povo heróico    que acostumou-se a viver martirizado. Morrer na Faixa de Gaza é uma forma de libertação
Diz Israel que os palestinos fizeram um arsenal de mais de dez mil foguetes. Esses foguetes são tão erráticos, tão primitivos, que disparados até agora mais de 5 mil causaram apenas duas mortes. Como imaginar que os palestinos consigam esses foguetes se ate a água que bebem é minuciosamente examinada?
Há movimentos pacifistas dentro do próprio Estado de Israel que lançam a suspeita de que a entrada desses aparatos estaria sendo facilitada pelos próprios interessados em manter um clima permanente de confronto, para assim ampliar os lucros e o poderio descontrolado e assassino do complexo militar-industrial em que se transformou ao longo do tempo o Estado judaico.

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