sábado, 26 de julho de 2014

ACHARAM A CAIXA –PRETA DE AMORIM ?



ACHARAM A CAIXA –PRETA DE  AMORIM ?
Todas  os mortos e todas as mortes sejam em quaisquer circunstancias devem ser tratadas  de uma só forma: Com sentimento de respeito. Na manhã dessa sexta –feira, dia 25,  os sergipanos foram surpreendidos com a notícia  de que um contador do negociante político Edivan Amorim havia cometido suicídio. O Sr. Max Alves dos Santos teria tido uma acalorada discussão com o patrão numa empresa de publicidade em Aracaju. Na manhã de ontem  deixou o seu escritório na Rede Ilha, saiu um tanto sem rumo, tomou um táxi, pediu que o levasse a Itabaiana. Lá chegando resolveu ir a Lagarto. Nas proximidades de Campo do Brito sobre a imensa ponte pênsil  que cruza o Vaza Barris pediu que o motorista parasse. De cima a vista é deslumbrante, o rio, quase um filete àquela hora da manhã prateado pelo sol, serpenteia pela floresta densa a uns 100 metros  abaixo.  Cenário fascinante para qualquer forma de aventura humana, inclusive o cumprimento da tarefa de por fim à própria vida. Muito se tem discutido sobre as motivações do suicídio. O escritor franco-argelino Albert Camus, Prêmio Nobel de Literatura, enxergava no gesto uma atitude épica,   síntese trágica da dialética da vida que flui , enquanto provoca   na mente a corrosão inevitável do gesto derradeiro.
Deixemos,  contudo, os aspectos psíquicos ou filosóficos que explicariam o ato do suicídio e passemos a interpretá-lo nas exatas circunstancias em que ocorreu,  com todos os elementos fáticos e, principalmente, as pesadas suspeitas que envolvem a morte do contador Max Alves dos Santos.
Justamente na semana que passou  alguns jornais aracajuanos noticiaram que o Ministério Público e a Polícia Federal estavam fazendo investigações para desvendar o mistério do encolhimento microscópico do patrimônio que Edivan  apresentou à Justiça Eleitoral. Para quem leva vida de bilionário,  soma tão exígua de bens que não chegam a cem mil reais parecia mais uma gozação do negociante que fazia pouco caso da inteligência de quem lida com fraude, peculato, sonegação fiscal, formação de quadrilha ,   descaminhos, e coisas correlatas.
O episódio não pode ser minimizado, tratado apenas como gesto de desespero pessoal de um cidadão. O Sr Edivan  Amorim não é um cidadão qualquer, o suicídio do seu contador tal a dimensão e as características especiais com as quais lidava, há 20 anos, principalmente fazendo sumir pelo ralo enormes valores tributáveis, é algo que deve interessar a todos os sergipanos que se preparam para votar nas próximas eleições. O Sr Amorim se diz líder ou dono de 16 partidos políticos, vem armando, desde que se tornou genro do ex-governador e atual prefeito de Aracaju João Alves Filho, um suspeitíssimo esquema de poder, no qual, colocou como principal figurante político, o seu irmão o agora senador Eduardo Amorim, candidato ao governo de Sergipe. A ligação é tão umbilical que não se pode imaginar a existência política de Eduardo sem o suporte das inúmeras transações efetuadas por Edivan. Tudo isso é tão forte que após a noticia do suicídio, a assessoria do gabinete em Brasília do próprio senador, emitiu uma estranhíssima nota , uma espécie de ato falho , na qual afirmava que o contador não fazia parte da campanha eleitoral do candidato ao governo, e foi mais adiante, atrevendo-se a dar um diagnóstico psíquico do contador, assegurando que ele atravessava um sério período de depressão, e naquela manhã teria uma consulta marcada com um psiquiatra.
 O que teria o gabinete do nobre senador Eduardo Amorim com negócios privados do seu irmão, e, mais ainda, o que explicar sobre problemas psíquicos de um contador  que para ele trabalhava ?
O  verdadeiro motivo da estranha ¨explicação ¨é  que Eduardo como criatura não pode desligar-se do criador Edivan.

 O contador   era uma espécie de caixa-preta dos negócios de Edivan, e tudo isso não pode ser omitido, ocultado, como fizeram as televisões e as principais emissoras de rádio sobre o suicídio que não mereceu sequer um mínimo espaço de noticia. Aliás, essa conivência de uma seleta parte das elites sergipanas em relação às suspeitas que recaem sobre Edivan  é algo assustador em termos de respeito à opinião pública e  à  liberdade de expressão.  Também desmoralizante, no que diz respeito à credibilidade das próprias empresas. Mas, os efeitos mais graves sobre a credibilidade e a integridade moral de tantos homens públicos hoje comprometidos com Edivan Amorim, inclusive dois ex-governadores  e uma Senadora da República, poderão ser para eles desastrosos, bastando, para isso, que a partir do suicídio de Alex Alves  o Ministério Público e a Polícia Federal comecem a levantar a ponta da cortina que encobre
 as  nebulosas  transações de Edivan Amorim, onde se incluiriam o controle dos DARF`s de prefeituras aliadas, e até o monitoramento das finanças da Assembléia Legislativa. Custa a crer que pelo menos dois desses ilustres personagens não tenham tido ouvidos para ouvir  as gravíssimas  advertências feitas em relação ao futuro de Sergipe, pelo deputado federal Mendonça Prado , cujo sentimento de honra pessoal ninguém põe em dúvida.
 Por que não divulgam a carta do  suicida  que estaria em poder de um advogado da Assembléia?
E, mais ainda, seria ela verdadeira, ou forjada ?

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