A POLICIA E O CASO
DO ENTEADO DE ELOY
João Eloy é um delegado de polícia
que fez carreira sem manchas. Como
Secretário de Segurança deu provas de eficiência e capacidade de comando.
Respeitado pelos colegas delegados, soube manter um clima de sintonia com o
comando da Polícia Militar, e isso resultou no aumento da capacidade
operacional da segurança pública. O fato de um seu enteado ter sido flagrado quando
usava uma camionete e armas da policia, inclusive uma metralhadora, para, ao
que se apura, praticar assaltos com outro
comparsa, não causaria danos à imagem do Secretário, pois se tem a certeza de
que o jovem agiu, ou já costumava agir, de forma a não despertar suspeitas,
tanto na sua mãe como no padrasto. A camionete fica na garagem, as armas dentro
dela, e o jovem se apossou das chaves sorrateiramente para as suas
inacreditáveis investidas noturnas. Certamente um fato a ser lamentado,quando
se sabe que tanto ele como o colega participante do crime, pertencem à famílias
que lhes deram a melhor educação possível, uma formação baseada em exemplos que, todavia,
os dois não enxergaram. O caso que deveria ter merecido as providencias de
praxe, ou seja,a abertura imediata de um inquérito, a prisão dos jovens, virou
escândalo publico ainda maior, no momento em que um delegado, agindo de
forma diferenciada diante das pessoas envolvidas, cometeu a ignomínia de não
adotar as medidas que seriam indispensáveis. Quando falou sobre o caso, para
ele dolorosamente constrangedor, João Eloy disse que os jovens teriam de ser
responsabilizados pelo ato e levados à Justiça como se faz rotineiramente em casos
semelhantes. O que se aguarda agora é exatamente que as providencias sejam
adotadas,não mais a tempo e à hora que seria o flagrante, mas, para salvar a
reputação da policia, demonstrando que
não trata casos idênticos de forma diversa. Sabe-se que o Secretário Eloy
determinou que as medidas cabíveis aconteçam, e a posição dele, no caso, não
deu ainda motivos para dúvidas. Isso é exatamente o propósito do governador,cuja
imagem sairia também arranhada se prevalecesse um privilégio que o delegado do
caso permitiu que se tornasse evidente. Sobre o assunto merece ser lida matéria
publicada pelo jornalista Paulo Vitor Melo na sua coluna da Internet. Trata-se
também de um repto aos procedimentos usuais da mídia em relação a casos
policiais, tendo como protagonistas meliantes das camadas pobres da população.
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