JACKSON, UM INTERINO
DESAFIADO
A GOVERNAR
A
interinidade de Jackson já se estende, ininterruptamente, por 4 meses. É espaço
de tempo suficiente para que ocorram mudanças substanciais. E nesse período
tivemos o impacto do povo descobrindo a democracia das ruas, o agravamento dos
sintomas de uma crise econômica que alguns analistas já admitem como muito
difícil de ser contornada. Despencaram
os repasses federais para os estados e
municípios depois das isenções concedidas pelo governo federal, para dar folego a setores industriais maiores geradores de emprego.
Um contraponto entre cofres secando e exigências sociais crescendo, pode formar o
pior dos desafios para um governante. E é exatamente esse, o desafio que agora
enfrenta Jackson Barreto, desafio que se torna
ainda mais complexo e delicado em virtude das circunstancias que o fizeram
ocupar o governo. As notícias sobre a
recuperação do governador Marcelo Déda após a cirurgia são animadoras, mas não
se poderá, responsavelmente, fixar uma data para o retorno de Déda ao governo.
Sobre Jackson recaem as pressões dos servidores públicos exigindo reajustes
salariais, enquanto a segurança
pública caminha para a exaustão, caso
não haja concurso e sejam contratados mais policiais. Há necessidade de
professores nas escolas, de médicos nos hospitais. O governo não conseguiu
ainda montar uma sólida base de apoio no Legislativo . Quando Jackson finalizava sensíveis entendimentos, que exigiam visão de futuro e compreensão política da realidade,
surgiram atritos pré-fabricados, que
tornaram ainda mais complicada a tarefa. Coisas assim acontecem quando se enxerga a interinidade como um freio para
impedir decisões.
Com a
responsabilidade que tem involuntariamente agora sobre os ombros, Jackson sabe que
deverá tomar as decisões que a
realidade exige. Seja curta ou longa a interinidade.
É preciso
injetar oxigênio revitalizador numa
máquina administrativa em alguns setores emperrada, porque é impossível manter um governo em
compasso de espera. A sociedade sergipana que acompanha há tanto
tempo o drama pessoal do governador
Marcelo Déda, começará a fazer graves
cobranças, caso as questões políticas não sejam adiadas para o seu devido tempo,
e se confira prioridade absoluta aos problemas administrativos. Todos os setores políticos que formam o
governo não podem ficar alheios a um sentimento coletivo, e precisam se comportar de acordo com a gravidade que o momento impõe:
Sergipe primeiro, ambições pessoais ou de grupos bem depois. Questões miúdas, intrigas paroquiais,
são agora um desserviço a Sergipe,
mais grave do que poderia ser em
outros momentos.
Para não
trair a confiança dos sergipanos, para não ser desleal a um projeto nascido e
mantido sob a inspiração e a liderança do governador Marcelo Déda, Jackson
terá, em face das circunstancias, de
ser um interino governando plenamente.
Há um
quadro que se desenha favorável para Sergipe no decorrer do próximo ano. Um estimulante aporte de recursos oriundos do
Proinveste, aprovado após um civilizado entendimento construído com muita
tenacidade pelo governador Marcelo Déda; há
fluxo de outros recursos, o começo
da instalação de novos e importantes empreendimentos que mudarão as características
da economia sergipana. Diante disso a máquina administrativa terá de andar com
celeridade, com entusiasmo e otimismo. A preparação para essa nova etapa da
vida sergipana terá de começar agora, sem delongas que poderão comprometer o
nosso futuro.
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