EUFORIA E DESALENTO
Depois da
euforia com as chuvas que chegaram, sobreveio o desalento. Muito se plantou,
mas na maior parte do semiárido a interrupção da invernada que parecia
auspiciosa, ameaça a continuação do plantio, enquanto o que já
foi plantado está bem próximo de ser totalmente perdido caso as chuvas não
voltem nos próximos dias. Para completar as desditas de quem não perde a disposição para continuar
plantando, apesar da hostilidade do clima, chegou uma arrasadora praga de
lagartas, e milharais e capineiras que
apenas despontavam, foram inteiramente dizimados. Isso sempre acontece quando as chuvas chegam
e depois vem o veranico, mas, dessa vez, dizem os agricultores, a coisa foi bem
pior. Nuvens escuras têm aparecido nos céus do sertão, mas a chuva hesitante
até a manhã de ontem não havia decidido cair.
Enquanto isso, os bancos e o próprio governo
continuam cobrando avidamente as dividas do infeliz produtor do semiárido
nordestino.
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