sábado, 25 de maio de 2013

NA BUSCA DO CONSENSO, SUZANA JÁ ERA



 NA BUSCA DO CONSENSO, SUZANA JÁ ERA
Certa vez,  um senador disse a Lourival Baptista, que o chamava de colega, que não se sentia bem com aquela forma de tratamento, porque ele se elegera com o voto popular e Lourival era biônico, ou seja,  fora escolhido pelo voto indireto, um processo inventado pela ditadura depois do  retumbante fracasso eleitoral em 74,  quando,  entre os dezoito senadores surpreendentemente eleitos em todo o país, saiu vencedor, em Sergipe, o médico Gilvan Rocha, que nunca imaginara chegar ao Senado da República ou nem mesmo à Câmara de Vereadores de sua terra,  Propriá,  mas, foi  um dos mais brilhantes  representantes que Sergipe enviou à Câmara Alta.  Lourival, tarimbado em eleições diretas, e que conquistara o primeiro mandato de senador numa disputada eleição, sendo o mais votado, (   venceria mais outra pelo voto popular) apenas sorriu , sem acusar a indelicadeza sofrida,  e respondeu: ¨Quem de nós aqui não gostaria de ser senador vitalício ¨?
 A deputada Suzana Azevedo vitoriosa em sete eleições parlamentares,  sofreu um único insucesso, quando candidatou-se  a prefeita de Aracaju, sendo fragorosamente derrotada por Marcelo Déda.
Suzana imaginou-se ungida pela hereditariedade, enxergando que o destino lhe reservaria o direito de sentar-se na cadeira   do Tribunal de Contas,  ocupada por Tertuliano Azevedo , seu pai, um dos mais destacados  integrante dos que em Sergipe formaram uma frente contra a ditadura.   Insistindo na busca da sucessão hereditária, Suzana já sofreu insucessos, e agora amarga o pior deles, depois de escolhida numa eleição, que o candidato derrotado  Belivaldo Chagas classificou de ilegítima,  e foi a Justiça buscar reparação. A irretocável peça jurídica produzida pela desembargadora Suzana Carvalho,  suspendeu liminarmente os efeitos da escolha,  e a decisão agora foi confirmada pelo plenário do Tribunal. Numa outra votação, quando vai ser decidido se a eleição será mantida ou anulada, dizem, observadores abalizados, que pela votação unanime anterior, é fácil prever que uma outra escolha terá de ser realizada. Para a Assembleia,  fica a constatação deprimente  de que houve desrespeito ao regimento,  e de que nem sempre é bom seguir os conselhos afoitos ou açodados do político empresário  Edivan Amorim.
 Num outro processo de escolha, obedecendo-se então ao regimento,  Suzana já não reuniria as mesmas condições que a beneficiaram anteriormente.  O quociente eleitoral   será mais amplo, o que acena para a imprescindível necessidade de um consenso  a ser alcançado pelas lideranças políticas. Nesse caso, as chances de Suzana Azevedo, mantidas as tendências atuais, seriam nulas.

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