APARECER OU NÃO APARECER, EIS A QUESTÃO
Edivan Amorim, chefe inconteste de 11 partidos,
homem que dá as cartas na Assembleia e segura firme uma bancada oposicionista
majoritária, diz que consegue tudo isso com diálogo e confiança na palavra
empenhada. Ele não tem mandato e parece que as suas ambições se restringem ao
posto que já alcançou: o de eminencia parda de Sergipe . Elegeu deputado
federal o seu irmão, o médico e advogado Eduardo Amorim, que
cultiva a aparência de um monge tímido e recatado, e assim, levado pelos
cordéis habilidosos do irmão, tornou-se Senador da Republica com a maior
votação já alcançada por um candidato majoritário em Sergipe. A
partir desse episódio de vasto sucesso eleitoral, Amorim começou a mostrar mais
a própria cara, todavia, tendo o cuidado de evitar polemicas mais
acirradas. Vez por outra, principalmente depois da ruptura com o governo,
Edivan produzia alguma crítica, sempre pesando as palavras,
cuidando, ao que se imaginava, de evitar retaliações que lembrassem certos
aspectos da sua vida como empresário. Ai, apareceu o deputado
federal Mendonça Prado, que é genro querido de João Alves e Maria,
posição antes dividida com o agora ex-genro, Edivan.
Mendonça entrou no ringue batendo pesado, sem indagar se Edivan estaria
disposto ao Vale Tudo.
Surgiu na Internet uma página inspirada por Mendonça
Prado que vem dando fortes dores de cabeça, t em Edivan e no
irmão senador. Não foi bem sucedida a tentativa dos irmãos de
retirar do ar a página incomoda. Uma sentença lapidar da Juiza
Gardênia Camelo Prado retemperou a crença na liberdade de opinião
que a democracia exige e o Estado Democrático de Direito garante.
Pesquisas restritas a alguns poucos, revelam o que
até então parecia improvável. Sumiu do páreo eleitoral que se avizinha o nome
do senador Eduardo Amorim, até então tido como candidato imbatível.
O retorno triunfal de João Alves ao cenário político ¨matou
os Amorim¨, observação que vem sendo repetida por um atilado
analista da conjuntura eleitoral. O fato evidente é que nas pesquisas
o prefeito de Aracaju, João Alves, lidera com boa margem, seguido pelo
vice – governador Jackson Barreto.
Diante da surpreendente, todavia facilmente explicável
reviravolta, ou reversão de expectativas, a saída encontrada foi a
busca de um marqueteiro competente, e Edivan fixou-se no nome de Teotônio
Neto. No grupo já estava o onipresente e articulado radialista Chiquinho
Ferreira, que até agora vinha segurando sozinho o pau da bandeira.
Teria sido uma nova arquitetura da estratégia política,
que recomendara a exposição à qual Edivan pela primeira vez se submeteu, na
entrevista longa e até em alguns casos fortemente afirmativa e desafiadora que
fez no programa de Gilmar Carvalho, transmitido pela sua rede de emissoras.
A eminencia parda livre de retaliações,
assumindo-se como personagem de fundo da ribalta, ao
trocar de atitude e vir desafiador ao centro do palco, segundo os
seus adversários, teria deixado exposto um vasto telhado de vidro,
sobre o qual, prometem , não cessarão a partir de agora de chover pedras.
Amigos próximos do deputado Mendonça Prado, asseguram que
ele irá concentrar-se na frase dita por Edivan: ¨Eu tenho a cabeça
erguida, posso falar, porque nunca roubei nem matei. ¨
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