sábado, 23 de fevereiro de 2013



 OS TRES JEGUES DE GRACHO CARDOSO


 Em Gracho Cardoso houve um jegue, infeliz jumento,  animal irracional todavia absolutamente inofensivo, vítima indefesa de dois homo sapiens, um deles  bestialmente  cruel, o outro,  descuidadamente alheio a uma barbaridade da qual se tornou cúmplice.  Considerando-se que o jegue é um animal incapaz de fazer uso da razão, e, por conseguinte ,  fora do plano em que se estabelecem os valores morais,  no revoltante episódio,  haveria mais dois jegues: o torturador,  Celso Ferreira, e o prefeito do município,  Cassinho da Quixabeira.

 Desses três  ¨ jumentos¨  que desgraçadamente se juntaram no revoltante episódio , um,  não mais existe, aquele que morreu em consequência dos ferimentos  causados por  outro, depois  amparado pelo terceiro,  que entrou em cena para minimizar a gravidade do crime.

 Dos dois outros, o criminoso e o seu protetor, é que se deve tratar agora.

Celso Ferreira, o energúmeno que amarrou o jegue ao automóvel e saiu a arrastá-lo pelas estradas, terá de ser transformado em réu. Já o prefeito Cassinho da Quixabeira, execrado  agora pela opinião pública, da mesma forma que Celso, o torturador a quem resolveu proteger, exorbitando  das suas atribuições, terá  de aprender que prefeito não deve entrar em delegacias de polícia para constranger autoridades policiais, apenas, atendendo ao apelo de algum eleitor eventualmente detido, poderia, no máximo, designar um advogado para assisti-lo.

 Enquanto isso, o policial que se deixou influenciar pelo prefeito terá de repassar, diligentemente, item por item, o conjunto das suas atribuições, para saber que erra e até prevarica,   quando despreza os procedimentos legais colocando em seu lugar uma solicitude indevida a quem extrapola limites do cargo que exerce, seja ele prefeito, ou qualquer outro useiro e vezeiro em carteiradas.


 Vindo a sentar-se no banco dos réus, o  mentecapto  algoz de jumento acabará por ser condenado a uma pena sócio-educativa, algo que contribua para diminuir a vastidão da sua estupidez e ignorância.

Assim, nos atrevemos a sugerir ao magistrado que aplicará a pena:

Caso o ¨jumentofóbico ¨ saiba ler, que seja posto a decorar toda a legislação brasileira sobre proteção aos animais,  Depois, com a lição na ponta da língua,  que  se ponha a  repeti-la de cor para os mais variados públicos, inclusive em feiras livres,  e usando uma camiseta onde em letras garrafais  esteja escrito: ¨ O jumento é nosso irmão.¨  Tudo devidamente acompanhado pelo som da música de Luiz Gonzaga, exaltando os jeguinhos,  e até lembrando que Jesus andou montado em um deles.

Mas, se o indigitado torturador de jegues,   Celso Ferreira, não souber ler, que  se matricule num desses cursos de alfabetização para adultos,  e comece a aprender a soletrar a frase: ¨ Maltratar animais é crime ¨.

Nenhum comentário:

Postar um comentário