JOÃO E O PULO DO GATO
Suspeitava-se que João Alves estivesse fora de
forma. Depois de perder duas eleições para Marcelo Déda, amargar seis anos ao
desalento do poder distante, ultrapassando os 70 anos, havia quem apostasse que
na política sergipana João se tornara uma
esquecida carta fora do baralho.
Dois anos depois da segunda derrota eleitoral João surgia vitorioso na
capital, onde o eleitorado a ele antes se mostrara tão adverso, mas, em 2010
lhe teria dado o quarto mandato, não fora a soma de votos garantidos a Marcelo Déda, no interior, que lhe asseguraram a reeleição.
O sucesso em Aracaju encorajou os
liderados de João para a disputa pela prefeitura da capital. João hesitou,
mas os resultados de pesquisas que veio
a analisar detida e metodicamente, o
convenceram de que poderia tornar-se prefeito de Aracaju.
Assumindo a Prefeitura nesta
semana, nas antecipadas articulações políticas que comandou, o novo prefeito não deu sinais de estar defasado. Pelo
contrário, revelou todas as antigas
artimanhas que fazem parte do seu fornido arsenal de habilidades políticas.
No episódio da eleição da Mesa da
Câmara, João mostrou-se João, ou seja, manobrou manobrou, negaceou, foi algumas vezes
ríspido, em outras mais maneiroso do que nunca, e acabou fazendo impor a sua vontade. O
presidente será o vereador Vinicius Porto, ou seja, o que ele intimamente já havia escolhido. É
aquela estória do pulo do gato, uma habilidade única que a ninguém se revela.
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