domingo, 10 de junho de 2012

ACABOU A GREVE, E AGORA?


ACABOU A GREVE, E AGORA?
Finalmente os professores encerram a greve obedecendo  determinação judicial. Depois de quase 50 dias de paralização, qual o resultado do movimento ?
Os alunos que ficaram tanto tempo sem aulas ja sabem os prejuízos que terão com um ano letivo reduzido. Os professores, sem duvidas, irão repor as aulas, tentarão recuperar o tempo perdido ou desperdiçado, mas, como de vezes anteriores, já se sabe queesse esforço não passará de um arremedo em que será fingido que o tempo foi recuperado e os alunos sem outra  alternativa aceitarão a pantomima.  O ensino público que  anda há muito tempo ruim  sobre as pernas frágeis de um sistema  trôpego, perde a cada dia o que lhe resta de qualidade, e  o resultado de tudo isso é uma massa enorme de estudantes egressos do primeiro e até do segundo grau, sem que consigam interpretar um texto, sem que  estejam habilitados a escrever  algumas linhas  fazendo-se entendidos e obedecendo minimamente às regras mais comezinhas da gramática. Nas ciências exatas o desastre é bem maior. 
Os professores, no Brasil, desgraçadamente, sempre foram relegados a um desprezado segundo plano. Eles são, entre todos os profissionais com nível superior, os que menos ganham, e essa é uma situação absolutamente inadmissível.  São, por conseguinte, justas todas as reclamações que fazem os integrantes do magistério, mas a greve não é,  no caso especifico deles e de algumas outras categorias profissionais, um instrumento adequado de luta, quando se estende por tempo indeterminado. A sociedade não pode pagar o preço de uma omissão antiga, por outro lado, nenhum governo por mais vontade que tenha, conseguirá corrigir um erro que atravessou tempo, no espaço de um ou até de dois mandatos.
Há, diante dos professores secularmente injustiçados, o desafio de descobrirem novas e até mais contundentes formas de luta, desde que suas ações não recaiam sobre as costas do estudante invariavelmente pobre, que não tem outra opção a não ser frequentar as salas de aula das escolas públicas.

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