Lembra o jornalista e advogado João Oliva que foi Secretário de Imprensa de Seixas Dória.
No inicio do governo, Seixas convocou a ele e ao coronel João Machado, chefe da Casa Militar, para acompanhá-lo numa viagem que faria a Itaporanga. Naquele tempo não havia uma só estrada asfaltada em Sergipe. Saíram numa Rural enfrentando estrada péssima e muita poeira. No meio do caminho a Rural Willys enguiçou, e não houve esforço do motorista que fizesse o motor funcionar. Não havia como comunicarem-se com o Palácio tentando um socorro, e então Dória pediu ao coronel que fizesse parar qualquer veiculo que passasse em direção a Aracaju para pedir carona. A estrada era quase deserta, e poucos carros por ela transitavam. Aparece uma velha marinete ( como eram chamados na época os ônibus). O coronel hesita em chamá-la, e Dória o apressa: Coronel, mande parar. A marinete se detém, e Seixas vai subindo, chamando os que o acompanhavam. O carro estava lotado e sujo, havia perus e galinhas , até porcos, sendo transportados próximos aos passageiros. Alguns se levantam e oferecem seus lugares ao governador. Seixas , baixinho, esticando-se para segurar no estribo, agradecia, e assim, conversando muito, viajou de volta a Aracaju, no ônibus velho e sacolejante , onde todos que ali estavam jamais imaginariam ter ao lado, como passageiro, um governador do estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário