sábado, 4 de fevereiro de 2012

DE ¨MARINETE¨, NA ESTRADA

Lembra o jornalista e advogado João Oliva que foi Secretário de Imprensa de Seixas Dória.
No inicio do governo,  Seixas  convocou a ele e ao coronel João Machado, chefe da Casa Militar, para acompanhá-lo numa viagem que faria a Itaporanga. Naquele tempo não havia uma só estrada asfaltada em Sergipe.  Saíram   numa Rural enfrentando  estrada péssima e muita poeira. No meio do caminho a Rural Willys enguiçou, e não houve esforço do motorista que fizesse o motor funcionar.  Não havia como comunicarem-se  com o Palácio tentando um socorro, e então Dória pediu ao coronel que fizesse parar qualquer veiculo que passasse em direção a Aracaju para pedir  carona. A estrada era quase deserta, e poucos carros por ela transitavam. Aparece uma velha marinete ( como eram chamados  na época os ônibus). O coronel hesita em chamá-la, e Dória o apressa: Coronel, mande  parar. A marinete  se detém, e Seixas vai subindo,  chamando os que o acompanhavam. O carro estava lotado e sujo, havia perus e galinhas ,  até porcos, sendo transportados próximos  aos passageiros. Alguns  se levantam e oferecem seus lugares ao governador. Seixas ,  baixinho, esticando-se para segurar no estribo, agradecia, e assim, conversando muito, viajou de volta a Aracaju, no ônibus velho e sacolejante ,  onde todos  que ali estavam jamais imaginariam ter ao lado, como passageiro, um governador do estado.

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