sábado, 28 de janeiro de 2012

O PALÁCIO DA MEMÓRIA

Tornado Museu, o Palácio Olímpio Campos vem cumprindo com eficiência e zelo a função de guarda e disseminação da memória sergipana. Dentro da programação cultural que faz uma ligação com as escolas, o Palácio comemora todos os meses os aniversários dos ex-governadores. Este mês foram homenageados Celso de  Carvalho, Arnalado Garcez e Felisbelo Freire. Sobre Celso falou o seu ex-secretário particular, o procurador  de justiça aposentado Eduardo de Cabral Menezes. Ele fez uma digressão histórica sobre o quadro político brasileiro, da renuncia de Janio Quadros até o golpe militar , por ele avaliado como uma consequência da desordem e da quebra da hierarquia nas forças armadas, e à desenvolta atuação da esquerda preconizando  a mudança de regime.  Mostrau como se deu a prisão de Seixas Doria e a chegada ao poder do vice Celso Carvalho. Então, começou para   o novo governante, o grande desafio de contornar o extremismo e a fúria repressiva de alguns, para fazer valer as suas característica pessoais de homem cordial, aberto ao diálogo , sem rancores , entendendo que mesmo num período conturbado era preciso evitar perseguições.  Um  episodio narrado emblematicamente por Eduardo, revelou, com exemplar clareza e contundente ironia, o clima da época.  O comandante do 28º BC foi recebido em audiência pelo governador. Uma audiência rápida. Depois, Eduardo entrou no gabinete e encontrou Celso muito tenso, sem o habitual sorriso amplo no rosto. Perguntou-lhe, preocupado, o que ocorrera e ouviu a resposta sucinta: ¨O coronel veio aqui pedir que eu mandasse retirar uma vaca que pasta num terreno nos fundos da casa de um sargento.¨  Não se sabe a resposta que o governador deu, mas o coronel saiu batendo forte as botas  sobre o assoalho. Foi nessa conjuntura que se revelou o hábil estadista, e  dela Celso  saiu para a História  como um conciliador, sem as manchas se tivesse participado da repressão.Sobre Arnaldo Rollemberg   Garcez falou o ex-vice governador Jose Carlos Teixeira. Ressaltou a honradez pessoal de Arnaldo, a sua preocupação com a cultura, com o desenvolvimento, o pioneirismo, quando iniciou em Sergipe uma política habitacional que muitos anos depois viria  a ser adotada no país. O procurador federal Givaldo Dias fez uma interferência para  destrinchar a árvore genealógica de Arnaldo, também de Felisbelo Freire. Sobre Felisbelo, primeiro governante de Sergipe no período republicano, falou o professor Francisco Alves.A equipe comandada por Oyama Teles, as professoras Eliane Borges e Isaura  Júlia, vem conseguindo fazer, do museu, um centro dinâmico de propagação cultural.

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