sábado, 10 de dezembro de 2011

VENÂNCIO FONSECA X UCHOA UM DESNECESSÁRIO DUELO


Errou o reitor da UNIT Joubert Uchôa quando foi a um programa de rádio acusar o deputado Venâncio Fonseca de estar fazendo politicagem, agindo de má fé, catando votos, ao acusá-lo insistentemente, de ter invadido terrenos da Prefeitura durante a construção do Campus da UNIT na Farolândia. Venâncio apenas exercita as suas atribuições como parlamentar, onde se inclui a defesa do patrimônio público. Como líder da oposição ele faz, quase diariamente, críticas e acusações ao governo. Erraria, redondamente, o líder do governo, se procurasse desqualificar o deputado, ao invés de desfazer as suas críticas, rebater as acusações feitas. Ao reitor da UNIT caberia argumentar, desconstruir racionalmente as acusações, nunca tentar desqualificar, ou ser grosseiro com quem as fez. O deputado Venâncio Fonseca tem colocado muita ênfase nas suas acusações, tem até ampliado as proporções do caso que estaria a motivar a artilharia pesada contra o reitor Uchôa. O reitor, por sua vez, ao usar o rádio tentando defender-se, colocou mais lenha numa fogueira que poderia ter sido evitada, de inicio, sem descambar para uma questão com todas as características de malquerença pessoal. Se uma parte da área do campus era pública e a Universidade a invadiu, caberia à Prefeitura verificar se efetivamente a invasão aconteceu, em seguida, adotar as medidas cabíveis para recuperar o terreno indevidamente ocupado. Se a invasão não se configura, a Prefeitura poderia sanar a divergência dando uma explicação cabal e definitiva.
Envolvida na questão fica a imagem de uma instituição respeitável, a Universidade Tiradentes. Se existe o erro, se o pedaço de um terreno pertencente ao município resultou incorporado ao campus, não é justo que se pregue na testa do professor Uchôa o rótulo indevido de grileiro. Joubert Uchôa tem uma inusitada história de vida. Pobre, sem pertencer às famílias ricas ou politicamente influentes de Sergipe, foi tecelão da fábrica Sergipe Industrial, e criou uma grande Universidade. Iniciou com um colégio primário, pagando com dificuldade o aluguel de uma casa na rua Laranjeiras. Um dia, sob ameaça de despejo pediu um prazo, pagou a dívida e transferiu o colégio para um local onde havia por perto casas de tolerância, mas o terreno, por isso mesmo, era mais barato. As casas de prostituição foram sumindo, enquanto as edificações do colégio iam sendo ampliadas. Uchôa e a esposa Amélia, recém casados, moravam numa das salas do próprio educandário. Um dia um ladrão lhes roubou as roupas e eles tiveram de viver algum tempo com as poucas vestes que sobraram, porque não podiam comprar novas. O ginásio consolidou-se, veio o segundo grau, em seguida, os cursos superiores, finalmente, a Universidade Tiradentes, a UNIT, obra portentosa de um pertinaz visionário que sempre acreditou no trinômio trabalho-criatividade-competência.
A UNIT, que se expande por outros estados, é uma obra educacional que deve orgulhar os sergipanos. Um homem que cria uma Universidade do porte da UNIT, que tem mais a favor da sua biografia a participação intensa na vida sergipana, com destaque para a área cultural, veja-se, por exemplo, o que ele fez agora com o Instituto Tobias Barreto do escritor devotado à História sergipana, Luiz Antonio Barreto; um homem assim, deve, pelo menos, ser merecedor de algum respeito, nunca, ser alvo de um processo de execração publica.

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