Errou o
reitor da UNIT Joubert Uchôa quando foi a um programa de rádio
acusar o deputado Venâncio Fonseca de estar fazendo politicagem,
agindo de má fé, catando votos, ao acusá-lo insistentemente, de
ter invadido terrenos da Prefeitura durante a construção do Campus
da UNIT na Farolândia. Venâncio apenas exercita as suas
atribuições como parlamentar, onde se inclui a defesa do patrimônio
público. Como líder da oposição ele faz, quase diariamente,
críticas e acusações ao governo. Erraria, redondamente, o líder
do governo, se procurasse desqualificar o deputado, ao invés de
desfazer as suas críticas, rebater as acusações feitas. Ao reitor
da UNIT caberia argumentar, desconstruir racionalmente as
acusações, nunca tentar desqualificar, ou ser grosseiro com quem as
fez. O deputado Venâncio Fonseca tem colocado muita ênfase nas suas
acusações, tem até ampliado as proporções do caso que estaria a
motivar a artilharia pesada contra o reitor Uchôa. O reitor, por sua
vez, ao usar o rádio tentando defender-se, colocou mais lenha numa
fogueira que poderia ter sido evitada, de inicio, sem descambar para
uma questão com todas as características de malquerença pessoal.
Se uma parte da área do campus era pública e a Universidade a
invadiu, caberia à Prefeitura verificar se efetivamente a invasão
aconteceu, em seguida, adotar as medidas cabíveis para recuperar o
terreno indevidamente ocupado. Se a invasão não se configura, a
Prefeitura poderia sanar a divergência dando uma explicação cabal
e definitiva.
Envolvida
na questão fica a imagem de uma instituição respeitável, a
Universidade Tiradentes. Se existe o erro, se o pedaço de um
terreno pertencente ao município resultou incorporado ao campus, não
é justo que se pregue na testa do professor Uchôa o rótulo
indevido de grileiro. Joubert Uchôa tem uma inusitada história de
vida. Pobre, sem pertencer às famílias ricas ou politicamente
influentes de Sergipe, foi tecelão da fábrica Sergipe Industrial,
e criou uma grande Universidade. Iniciou com um colégio primário,
pagando com dificuldade o aluguel de uma casa na rua Laranjeiras. Um
dia, sob ameaça de despejo pediu um prazo, pagou a dívida e
transferiu o colégio para um local onde havia por perto casas de
tolerância, mas o terreno, por isso mesmo, era mais barato. As casas
de prostituição foram sumindo, enquanto as edificações do colégio
iam sendo ampliadas. Uchôa e a esposa Amélia, recém casados,
moravam numa das salas do próprio educandário. Um dia um ladrão
lhes roubou as roupas e eles tiveram de viver algum tempo com as
poucas vestes que sobraram, porque não podiam comprar novas. O
ginásio consolidou-se, veio o segundo grau, em seguida, os cursos
superiores, finalmente, a Universidade Tiradentes, a UNIT, obra
portentosa de um pertinaz visionário que sempre acreditou no
trinômio trabalho-criatividade-competência.
A UNIT,
que se expande por outros estados, é uma obra educacional que deve
orgulhar os sergipanos. Um homem que cria uma Universidade do porte
da UNIT, que tem mais a favor da sua biografia a participação
intensa na vida sergipana, com destaque para a área cultural,
veja-se, por exemplo, o que ele fez agora com o Instituto Tobias
Barreto do escritor devotado à História sergipana, Luiz Antonio
Barreto; um homem assim, deve, pelo menos, ser merecedor de algum
respeito, nunca, ser alvo de um processo de execração publica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário