Quando
escreveu Lampião o Mata Sete o juiz aposentado Pedro de Morais
Silva talvez nem imaginasse que teria de providenciar diversas
edições. Mas é isso o que vai acontecer quando o livro for
liberado para circular livremente, como devem aliás circular todos
os livros. Se imaginava vender quinhentos ou mil livros, como quase
todos os que são publicados em Sergipe, Pedro Morais pode agora ter
a expectativa de transformar-se em autor de um best-seller. A
curiosidade despertada em torno de Lampião o Mata Sete ultrapassa
Sergipe, e é agora motivo de acirrada polemica entre os
lampionólogos. O livro é polemico, sem duvidas, e isso justamente
o fará disputado nas livrarias. Lampião o Mata Sete, é bem
escrito, fruto de amiudadas pesquisas, também de interpretações
pessoais do autor, interessadíssimo em desfazer a imagem para ele
absolutamente inverídica de Lampião, tratado insistentemente com
adjetivos nada complacentes. Embora não se possa concordar com
afirmações como a de que Lampião ganhou a imagem de vingador
social forjada pela esquerda derrotada pelo golpe de 64, que ele
chama de ¨contra-revolução¨ , o livro é um trabalho intelectual
levado ao extremo de um radicalismo exacerbado e até temerário,
e, por esse ângulo, deve ser interpretado. Mas que vai vender, sem
duvidas vai.
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