Tudo começa assim, descobre-se
uma ameaça,quase sempre fictícia, num país qualquer, preferencialmente, se o
infelicitado país, a ¨bola da vez,¨ possuir
muito petróleo. Foi o caso do Iraque, onde a dupla de malfeitores Bush-
Dick Chenney,descobriu o perigo terrível
das inexistentes armas de
destruição em massa. Depois de um trilhãode dólares torrados na guerra, as
tropas invasoras agora saem, deixando atrás de si uma terra quase arrasada, palco de incontrolável violência, mas a quadrilha,
as grandes corporações privilegiadas
pelo gangsterismo reinante na Casa Branca, obtiveram fabulosos lucros. Para a
quadrilha a guerra foi proveitosa.
Quase o mesmo aconteceu na Líbia,
onde começam a repartir os lucrosaqueles poderosos países que ajudaram para que Kadafi acabasse
linchado e até sodomizado. Sendo assim,
há que se tratar logo de outra guerra, e dessa vez,a República Islâmica do Irã
oferece umexcelente pretexto. Segundo aAgencia de Energia Atômica o país de Ahmadinejad,
e mais ainda dos rabugentos aiatolás,
estaria a um passo de produzir um artefato nuclear. Então, o sempre belicoso
Israel já deve ter recebido do assanhadíssimo Obama, o sinal verde para o
bombardeio que chamarãode preventivo. Israel sozinho, apesar do seu poderio
militar, não teria condições para atacar osreatores, centros de pesquisas, de enriquecimento de uranio, que estão espalhados
em diversos pontos do país. Tudo terá de ser feito num só golpe, para, ao mesmo
tempo,paralisar o sistema defensivo iraniano, atingir as plataformas de
lançamento de mísseis, impedindo a retaliação,e, ainda mais, garantir a destruição total dos alvos principais localizados no múltiplo
complexo nuclear capaz de produzir a bomba atômica. Seria uma operação
militarextremamente sofisticada, exigindo o emprego de meios numa escala que
só os Estados Unidos a França e a
Inglaterra participando, poderiam alcançar.
Algo semelhante ao que se fez na Líbia,todavia, em dimensões muito
maiores. Certamente eles não estão pensando em ocupar o Irã, seria uma operação
demasiadamente complexa e arriscada. O primeiro mundo está atolado até o
pescoço numacrise financeira que ninguém é capaz de imaginar o que acontecerá
enquanto ela não acabar, ou, o que seremos nós, se o colapso financeiro demorar por muito tempo. Quase sempre guerras podem se transformar em
bons negócios. O complexo-militar-industrial americano, e em menor escala
também o europeu,se fortalecem criando
os poderosos equipamentos que espalham a morte; quando eles estão em desuso,
entulhando os arsenais, é preciso
descobrir uma maneira de usá-los, e ao mesmo tempo renovar o estoque. A
máquina só funciona bem se houver guerras. Há também Barack Obama ansioso por
mostrar que o uniforme militar lhe cai bem , um indispensável componente à imagem de guerreiro durão que lhe asseguraria
o segundo mandato, da mesma forma como aconteceu com seu antecessor, de quem
ele prometeu que seria exatamente o
inverso.
Em face disso tudo, os aiatolás
devem começar a por as barbas demolho,
rezando para que Alá os proteja
das ¨bombas inteligentes ¨ que descerão de pontos invisíveis, caindo
sobre os buracos debaixo das montanhas, onde eles enfiaram o sonho de um dia
poderem dominar a tecnologia completa do uso do átomo, que dizem ser para
fins pacíficos, e argumentam: ¨A República islâmica é sábia e não iria querer
construir um ou dois artefatos nucleares num mundo que possui, prontos para uso, vinte mil artefatos atômicos ¨.
BERLUSCONI E MUSSOLINI, SIMILITUDES
O fascismofoi derrotado na Itália há mais de
sessenta e cinco anos. A melhor imagem da sua sangrenta extinção, seriam os
corpos do Duce, Benito Mussolini, e da sua amante, Clara Petacci, dependurados
num gancho de açougue em umapraça de Milão. Mas a ¨República de Saló ¨, criada por inspiração de Hitler para dar sobrevida a Mussolini, embora tenha sido
efêmera, nunca deixou de estar se
imiscuindo, como fantasma insistente, no pós-guerra italiano. Um sentimento de viuvez do fascismo continua
contaminando boa parte dos italianos, eesse vago e inexplicado saudosismo, é mais um dos componentes sociais
que fazem a História da Itália desenrolar-se como caprichoso libreto tragicômico de uma ópera
persistentemente encenada.
Há na Itáliaquem garanta que
Sílvio Berlusconi nas horas vagas, entre os negócios de Estado e os seus
particulares, aliás tão misturados, diverte-se
nos seus ¨bunga-bungas¨ orgíacos, ou frequenta sessões de baixo
espiritismo, onde Mussolini incorpora e
lhe dá conselhos sobre a condução do governo. Nessa última sessão do Parlamento
onde esteve, e assistiu fugir-lhe a escassa maioria que dispunha,anúncio da
queda inevitável, Berlusconi deve ter
desobedecido as instruções recebidas. Mussolini lhe teria lembrado a última
sessão do Grande Conselho Fascista, quando foi desafiado pelos seguidores do
regime que implantara em 1923, e restou sozinho e abandonado, para ser
finalmente exonerado pelo Rei, que ainda mandou prendê-lo. Episódio
particularíssimo da história-ópera italiana: um ditador chefe das forças
armadas e das numerosas milícias fascistas, homem todo poderoso, submetido aos
protocolos e formalidades, como se fosse um Primeiro Ministro, Chefe de
Governolimitado pela Constituição que fazia do Rei o Chefe de Estado.
O espírito inquieto ou vingativo de Mussolini
teria sugerido a Berlusconi uma nova Marcha sobre Roma. Juntaria a escória
social e a elite neo-fascista, e faria
uma caminhada ao Parlamento para
exigir plenos poderes para que pudesse enfrentar, de mãos soltas, a
crise econômica que ameaça esmagar a península
debaixo do peso de uma dívida
impagável. A debacle
econômico-financeira éresultado da despreocupada dissipação, também de uma prostituída convivência com a
globalizada máfia das finanças. Quando Berlusconi deixou o Parlamento e foi
conversar com o Presidente para sugerir-lhe a formação de um novo governo, sem
que fossem, de imediato, marcadas as eleições, passava-lhe, certamente pela
cabeça, as recomendações do seu ¨espírito – guia ¨. Mas,frustrou-se-lhe a
esperança no apoio popular. Ninguemse dispunha a ir às ruas para impor a
permanência no poder do velho
gangster. A crise, a iminência da quebradeira, o fez tão odiado pelo povo
quanto era Mussolini após quatro anos de uma guerra perdida.
As similitudes acabam por aqui,porque
ninguém espera que Sílvio Berlusconi termine os seus dias tão tragicamente como
Mussolini, nem ao menos vá dormir algum tempo na cadeia, como aconteceu com o ditador que lhe serve de modelo e inspiração.
TV – SERGIPE 40 ANOS
No ano de 1970, alguém falarem
instalar uma emissora de TV em Sergipe poderia parecer coisa de gente
desajuizada, fora do mundo, sem visão empresarial. A capital sergipana era
acanhada, uma das mais atrasadas no nordeste. Mas, havia muita esperança, muita
crença no desenvolvimento que estava chegando comas sucessivas descobertas de
petróleo e gás, os sais minerais que poderiam começar a ser explorados, e havia,
sobretudo, alguns pioneiros dispostos a investir numa empresa de alto risco. A
ideia de instalar televisão em Sergipe foi trazida por NairsonMenezes,
sergipano que fazia muito sucesso em Salvador como radialista e apresentador de
TV. Ele convenceu alguns empresários, e a TV-Sergipe começou a ser construída.
Em 1971 estava pronta, entrando no ar com filmes que chegavam vindos de avião e
programas locais feitos ao vivo. Os fundadores da TV-Sergipe foram,Josias
Passos, Getúlio Passos, Francisco
Pimentel Franco, Paulo Vasconcelos, Hélio Leão, Lauro Menezes, Augusto Santana
, Jose Alves e Luciano Nascimento. Os
investidores saíram em busca de capital e colocaram a venda para o público ,
novecentas ações que foram rapidamente adquiridas. Três anos depois, a empresa
era vendida ao grupo Aratú da Bahia que começou a modernizá-la . Mas o grande
salto seria dadoquando Augusto Franco, que já fundara a TV-Atalaia e desejava
expandir sua rede de comunicação, colocou dois dos seus filhos, Albano e
Osvaldo como adquirentes da TV-Sergipe, que, mantendo-se afiliada à Rede Globo, em fase de grande
expansão, garantia um amplo espaço no mercado sergipano. Sexta-feira à noite a
TV-Sergipe comemorou os 40 anos em prestigiadíssima festa que reuniu centenas
de convidados no Espaço Sobre as Ondas.
Agora semmandato, Albano Franco comanda a TV da qual é o maior acionista.
Ao longo desses anos, a TV-Sergipe tornou-se uma das mais
modernasafiliadas à Rede Globo.
A CULTURA VALORIZADA
Piranhas, no sertão
sanfranciscanodas Alagoas, é cidade ciosa das suas tradições culturais. Tem um
charme de realeza por lá ter andado o tão andarilho Imperador Pedro II, que com
ele levou parte da esquadra imperialsubindo o rio, naquele tempo caudaloso e profundo. Há um ex-prefeito de
Piranhas, Ignácio de Loyola, agora deputado estadual,historiador que anda a
remexer o passado da região, seu folclore, seus costumes, e até fez preservar
uma derradeira canoa de tolda que jazia semi-naufragada nas beiradas do São
Francisco. A prefeita Mellina Torres Freitas na última semana encerrou o XII
Seminário Cultural de Piranhas, que este anoapresentou um painel de
atividades culturais com apresentações artísticas. O promotor de
Justiça de São Paulo Fernando Capez,que é agora também deputado estadual, fez uma palestra sobre o papel do Ministério
Público.
O agora alagoanizadosergipano
Eduardo Marques, ex-prefeito de Pinhão,
advogado e
estudioso da história
do estado vizinho, falou sobre os governantes de Alagoas em tempos
republicanos. Demonstrando prodigiosa
memóriafoi citando datas, nomes, episódios, minúcias, no decorrer de cada mandato, num espaço do
tamanho da vida da nossa República.
O artista Jessier Quirino,
paraibano impregnado daquela mesma nordestinidade do seu conterrâneo Ariano
Suassuna,o Grupo Musical Armorial e a Banda
Filarmônica Mestre Elísio,foram aplaudidos de pé por muito tempo pela plateia
que enchia o Centro Cultural Miguel Arcanjo de Medeiros.
Recepcionando colegas
desembargadores , procuradores , promotores alagoanos e de outras estados, estava, durante o Encontro Cultural
promovido pela sua filha prefeita, o
desembargador que nasceu em Piranhas e estudou em Sergipe, Washington Luiz
Damasceno Freitas.
EDIVAN E AS REVOADAS A BH
Edivan Amorim o empresário que se
esmera em ser articulador político, vez por outra dá demonstrações de prestígio
em alta. Na região norte de Minas elecomeça
a consolidar uma liderança política, e
isso se traduziu na última quinta-feira, quando recebeu na Assembleia
Legislativa em Belo Horizonte a Medalha do Mérito Legislativo. Aconteceram
então três revoadas simultâneas, saídas do norte mineiro, de Brasília,e, mais
forte ainda, desde Aracaju, rumo a Belo Horizonte, de muitos políticos, principalmente, que foram abraçar
Edivan.
O ENCONTRO DO PSB E O CANDIDATO
Quem foi ao encontro do PSB
sergipano realizado na sexta-feira, saiu com a forte impressão de que a
candidatura a prefeito de Aracaju do deputado Valadares Filho se vai tornando
irreversível. O encontro socialista não tinha a intenção explicita de alçar
candidaturas, mas, nem é necessário faro político para que se perceba o fato
evidente de que o jovem parlamentar surge como uma opção que transcende os
limites do blocosocialista liderado pelo seu pai, o senador Valadares, e se
transforma em opção preferencial de
outras forças políticas que tenderiam a apoiá-lo.
DÉDA E O APELO À UNIDADE
Presente ao encontro socialista o
governador Marcelo Déda fez discurso político de conteúdo forte. Pareceu uma
antecipada definição de preferencias, principalmente quando,dirigindo-seao senador
Valadares disse, claramente, que o
desejava sempre no seu bloco, para que uma sólida base eleitoral fosse
construída visando o próximo ano e os vindouros. Ficou claro que o governador
não estariavendo com bons olhos possíveis alianças do grupo de Valadares com outras
áreas que não fossem aquelas que os dois têm frequentado juntos nos últimos
embates eleitorais, com sintonia de ideias.
EDIVAN E A REJEIÇÃO A JACKSON
Nos meios políticos causou
surpresa e também muita estranheza a entrevista de Edivan Amorim no programa do
deputado Gilmar Carvalho. Edivan, que tem sido sempre muito cauteloso,evitando
confrontos, declarou que, por defender a renovação, não votaria em Jackson
Barreto se ele for candidato a governador em 2014. Foi mais além eafirmou que a
aliança com Marcelo Déda durará
enquanto o governador a desejar,
acrescentando : ¨ uma aliança só é boa quando é boa para os dois lados
que a compõem ¨. Houve um certo alvoroço entre políticos que enxergaram na
entrevista de Edivan e no discurso do governador Marcelo Déda durante o encontro socialista, claros
sintomas de um desentendimento que
estaria a aprofundar-se.
JACKSON: EU NÃO SOU REFUGO NÃO
O vice- governador Jackson Barreto
não colocou mais lenha numa fogueira que poderá tornar-se crepitante, tudoa
depender do desenrolar dos próximos capítulos dessa novela política que tem final marcado para
outubro de 2014. Embora o capítulo final esteja tão distante, todo o enredo não
se descola do episódio derradeiro. Jackson, evidentemente, não gostou de ser
tratado como obstáculo para a renovação que Amorim preconiza, até mesmo porque
entende que renovação está muito mais nas ideias do que na idade, e, nesse
particular, entende que poderá haver jovensagindo envelhecidamente, por lhe faltarem ideias.
Jackson Barreto lembra queapesar de ter sido tratado por Edivan Amorim quase como um refugo
político, trabalhou forte pela
consolidação do bloco que elegeu o governador Déda ,e ele como vice, também, com a mesma força pela
eleição do senador Eduardo Amorim, isso, enquanto desprezava advertências de
que estaria cometendo um erro
político, inflando as pretensões de um
futuro adversário. Naquela ocasião, não lhe disseram que ele viria a ser depois
tratado como uma velharia a ser afastada pela necessidade de renovação. O seu
voto e o seu trabalho naquelacampanha, segundo ele, foram considerados
extremamente úteis, mas agora tudo muda, apesar de, desde a ultima
eleição, ele ter completado apenas mais
um ano de vida.
PASCOALE O FAZER CULTURAL
Pascoal Maynarddesde a infância levado ao mundo da cultura pelo pai
jornalista, tão combativo como devorador de livros, tornou-se uma referencia
entre os que se dedicam em Sergipe ao ingente e ingrato ofício do
fazer cultural. Ingente, poderá ser,no caso, a palavra certa, mas, oingrato é
adjetivo mal colocado, isso porque, os que lidam com a cultura encontram sempre alegria e entusiasmantes desafios em tudo o que fazem, por
conseguinte, para eles, o oficio será sempre prazeroso. PascoalMaynard completa
agora dez anos à frente do programa Expressão,
apresentado às sete da noite de
todas as terças-feiras, e sempre repetido às sete da noite nos dias de sábado, pela TV- Aperipê. São dez anos difundindo,
valorizando e preservado a memória cultural de Sergipe. Também, e mais
importante ainda,estimulando o debate sobre temas culturais, coisa tão rara
entre nós, cada vez mais apegados às desnecessidades da vida.
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