segunda-feira, 21 de novembro de 2011

VEM MAIS GUERRA POR AÍ

Tudo começa assim, descobre-se uma ameaça,quase sempre fictícia, num país qualquer, preferencialmente, se o infelicitado país, a ¨bola da vez,¨ possuir  muito petróleo. Foi o caso do Iraque, onde a dupla de malfeitores Bush- Dick Chenney,descobriu o perigo terrível  das  inexistentes armas de destruição em massa. Depois de um trilhãode dólares torrados na guerra, as tropas invasoras agora saem, deixando atrás de si uma terra quase arrasada,  palco de incontrolável violência, mas a quadrilha,  as grandes corporações privilegiadas pelo gangsterismo reinante na Casa Branca, obtiveram fabulosos lucros. Para a quadrilha a guerra foi proveitosa.
Quase o mesmo aconteceu na Líbia, onde começam a repartir os lucrosaqueles poderosos países   que ajudaram para que Kadafi acabasse linchado e até sodomizado.  Sendo assim, há que se tratar logo de outra guerra, e dessa vez,a República Islâmica do Irã oferece umexcelente pretexto. Segundo aAgencia de Energia Atômica o país de Ahmadinejad,  e mais ainda dos rabugentos aiatolás, estaria a um passo de produzir um artefato nuclear. Então, o sempre belicoso Israel já deve ter recebido do assanhadíssimo Obama, o sinal verde para o bombardeio que chamarãode preventivo. Israel sozinho, apesar do seu poderio militar, não teria condições para atacar osreatores, centros de pesquisas,  de enriquecimento de uranio, que estão espalhados em diversos pontos do país. Tudo terá de ser feito num só golpe, para, ao mesmo tempo,paralisar o sistema defensivo iraniano, atingir as plataformas de lançamento de mísseis, impedindo a retaliação,e, ainda mais,  garantir a destruição total  dos alvos principais localizados no múltiplo complexo nuclear capaz de produzir a bomba atômica. Seria uma operação militarextremamente sofisticada, exigindo o emprego de meios numa escala que só  os Estados Unidos a França e a Inglaterra participando, poderiam alcançar.  Algo semelhante ao que se fez na Líbia,todavia, em dimensões muito maiores. Certamente eles não estão pensando em ocupar o Irã, seria uma operação demasiadamente complexa e arriscada. O primeiro mundo está atolado até o pescoço numacrise financeira que ninguém é capaz de imaginar o que acontecerá enquanto  ela não acabar,  ou, o que seremos nós, se  o colapso financeiro  demorar por muito tempo.  Quase sempre guerras podem se transformar em bons negócios. O complexo-militar-industrial americano, e em menor escala também o europeu,se fortalecem  criando os poderosos equipamentos que espalham a morte; quando eles estão em desuso, entulhando os arsenais, é preciso  descobrir uma maneira de usá-los, e ao mesmo tempo renovar o estoque. A máquina só funciona bem se houver guerras. Há também Barack Obama ansioso por mostrar que o uniforme militar lhe cai bem , um indispensável componente à  imagem de guerreiro durão que lhe asseguraria o segundo mandato, da mesma forma como aconteceu com seu antecessor, de quem ele  prometeu que seria exatamente o inverso.
Em face disso tudo, os aiatolás devem começar a por as barbas demolho,  rezando para que Alá os proteja  das ¨bombas inteligentes ¨ que descerão de pontos invisíveis, caindo sobre os buracos debaixo das montanhas, onde eles enfiaram o sonho de um dia poderem  dominar a tecnologia  completa do uso do átomo, que dizem ser para fins pacíficos, e argumentam: ¨A República islâmica é sábia e não iria querer construir um ou dois artefatos nucleares num mundo que possui, prontos para  uso, vinte mil artefatos atômicos ¨.
 BERLUSCONI E MUSSOLINI, SIMILITUDES
 O fascismofoi derrotado na Itália há mais de sessenta e cinco anos. A melhor imagem da sua sangrenta extinção, seriam os corpos do Duce, Benito Mussolini, e da sua amante, Clara Petacci, dependurados num gancho de açougue em umapraça de Milão. Mas a ¨República de Saló ¨,  criada por inspiração de Hitler para dar  sobrevida a Mussolini, embora tenha sido efêmera, nunca deixou de estar  se imiscuindo, como fantasma insistente, no pós-guerra italiano.   Um sentimento de viuvez do fascismo continua contaminando boa parte dos italianos, eesse  vago e inexplicado  saudosismo, é mais um dos componentes sociais que fazem a História da Itália desenrolar-se como  caprichoso libreto tragicômico de uma ópera persistentemente encenada.
Há na Itáliaquem garanta que Sílvio Berlusconi nas horas vagas, entre os negócios de Estado e os seus particulares, aliás tão misturados, diverte-se  nos seus ¨bunga-bungas¨ orgíacos, ou frequenta sessões de baixo espiritismo, onde  Mussolini incorpora e lhe dá conselhos sobre a condução do governo. Nessa última sessão do Parlamento onde esteve, e assistiu fugir-lhe a escassa maioria que dispunha,anúncio da queda inevitável,  Berlusconi deve ter desobedecido as instruções recebidas. Mussolini lhe teria lembrado a última sessão do Grande Conselho Fascista, quando foi desafiado pelos seguidores do regime que implantara em 1923, e restou sozinho e abandonado, para ser finalmente exonerado pelo Rei, que ainda mandou prendê-lo. Episódio particularíssimo da história-ópera italiana: um ditador chefe das forças armadas e das numerosas milícias fascistas, homem todo poderoso, submetido aos protocolos e formalidades, como se fosse um Primeiro Ministro, Chefe de Governolimitado pela Constituição que fazia do Rei o Chefe de Estado.
 O espírito inquieto ou vingativo de Mussolini teria sugerido a Berlusconi uma nova Marcha sobre Roma. Juntaria a escória social e a elite neo-fascista,  e faria uma  caminhada ao Parlamento para exigir  plenos poderes  para que pudesse enfrentar, de mãos soltas, a crise econômica que ameaça esmagar a península
debaixo do peso de uma dívida impagável.   A debacle econômico-financeira éresultado da despreocupada dissipação,  também de uma prostituída convivência com a globalizada máfia das finanças. Quando Berlusconi deixou o Parlamento e foi conversar com o Presidente para sugerir-lhe a formação de um novo governo, sem que fossem, de imediato, marcadas as eleições, passava-lhe, certamente pela cabeça, as recomendações do seu ¨espírito – guia ¨. Mas,frustrou-se-lhe a esperança no apoio popular. Ninguemse dispunha a ir às ruas para impor a permanência    no poder do velho gangster. A crise, a iminência da quebradeira, o fez tão odiado pelo povo quanto era Mussolini após quatro anos de uma guerra perdida.
As similitudes acabam por aqui,porque ninguém espera que Sílvio Berlusconi termine os seus dias tão tragicamente como Mussolini, nem ao menos vá dormir algum tempo na cadeia, como aconteceu com o  ditador que lhe serve de modelo e inspiração.


TV – SERGIPE 40 ANOS
No ano de 1970, alguém falarem instalar uma emissora de TV em Sergipe poderia parecer coisa de gente desajuizada, fora do mundo, sem visão empresarial. A capital sergipana era acanhada, uma das mais atrasadas no nordeste. Mas, havia muita esperança, muita crença no desenvolvimento que estava chegando comas sucessivas descobertas de petróleo e gás, os sais minerais que poderiam começar a ser explorados, e havia, sobretudo, alguns pioneiros dispostos a investir numa empresa de alto risco. A ideia de instalar televisão em Sergipe foi trazida por NairsonMenezes, sergipano que fazia muito sucesso em Salvador como radialista e apresentador de TV. Ele convenceu alguns empresários, e a TV-Sergipe começou a ser construída. Em 1971 estava pronta, entrando no ar com filmes que chegavam vindos de avião e programas locais feitos ao vivo. Os fundadores da TV-Sergipe foram,Josias Passos, Getúlio Passos,  Francisco Pimentel Franco, Paulo Vasconcelos, Hélio Leão, Lauro Menezes, Augusto Santana , Jose Alves e Luciano Nascimento.  Os investidores saíram em busca de capital e colocaram a venda para o público , novecentas ações que foram rapidamente adquiridas. Três anos depois, a empresa era vendida ao grupo Aratú da Bahia que começou a modernizá-la . Mas o grande salto seria dadoquando Augusto Franco, que já fundara a TV-Atalaia e desejava expandir sua rede de comunicação, colocou dois dos seus filhos, Albano e Osvaldo como adquirentes da TV-Sergipe, que, mantendo-se  afiliada à Rede Globo, em fase de grande expansão, garantia um amplo espaço no mercado sergipano. Sexta-feira à noite a TV-Sergipe comemorou os 40 anos em prestigiadíssima festa que reuniu centenas de convidados no Espaço Sobre as Ondas.  Agora semmandato, Albano Franco comanda a TV da qual é o maior acionista. Ao longo desses anos, a TV-Sergipe tornou-se uma das mais modernasafiliadas  à Rede Globo.

 A CULTURA VALORIZADA

Piranhas, no sertão sanfranciscanodas Alagoas, é cidade ciosa das suas tradições culturais. Tem um charme de realeza por lá ter andado o tão andarilho Imperador Pedro II, que com ele levou parte da esquadra imperialsubindo o rio,  naquele tempo  caudaloso e profundo. Há um ex-prefeito de Piranhas, Ignácio de Loyola, agora deputado estadual,historiador que anda a remexer o passado da região, seu folclore, seus costumes, e até fez preservar uma derradeira canoa de tolda que jazia semi-naufragada nas beiradas do São Francisco. A prefeita Mellina Torres Freitas na última semana encerrou o XII Seminário Cultural de Piranhas, que este anoapresentou um painel de atividades  culturais com  apresentações artísticas. O promotor de Justiça de São Paulo Fernando Capez,que é agora também deputado estadual,  fez uma palestra sobre o papel do Ministério Público.
O agora alagoanizadosergipano Eduardo Marques,  ex-prefeito de Pinhão, advogado e 
estudioso  da história  do estado vizinho, falou sobre os governantes de Alagoas em tempos republicanos.  Demonstrando prodigiosa memóriafoi citando datas, nomes, episódios, minúcias,  no decorrer de cada mandato, num espaço do tamanho da vida da nossa República.
O artista Jessier Quirino, paraibano impregnado daquela mesma nordestinidade do seu conterrâneo Ariano Suassuna,o Grupo  Musical Armorial e a Banda Filarmônica Mestre Elísio,foram aplaudidos de pé por muito tempo pela plateia que enchia o Centro Cultural Miguel Arcanjo de Medeiros.
Recepcionando colegas desembargadores , procuradores , promotores alagoanos e de outras  estados, estava, durante o Encontro Cultural promovido pela sua filha prefeita,  o desembargador que nasceu em Piranhas e estudou em Sergipe, Washington Luiz Damasceno Freitas.

 EDIVAN E AS REVOADAS A BH

Edivan Amorim o empresário que se esmera em ser articulador político, vez por outra dá demonstrações de prestígio em alta.  Na região norte de Minas elecomeça a  consolidar uma liderança política, e isso se traduziu na última quinta-feira, quando recebeu na Assembleia Legislativa em Belo Horizonte a Medalha do Mérito Legislativo. Aconteceram então três revoadas simultâneas, saídas do norte mineiro, de Brasília,e, mais forte ainda, desde Aracaju, rumo a Belo Horizonte, de muitos  políticos, principalmente, que foram abraçar Edivan.

 O ENCONTRO DO PSB E O CANDIDATO
Quem foi ao encontro do PSB sergipano realizado na sexta-feira, saiu com a forte impressão de que a candidatura a prefeito de Aracaju do deputado Valadares Filho se vai tornando irreversível. O encontro socialista não tinha a intenção explicita de alçar candidaturas, mas, nem é necessário faro político para que se perceba o fato evidente de que o jovem parlamentar surge como uma opção que transcende os limites do blocosocialista liderado pelo seu pai, o senador Valadares, e se transforma em opção preferencial de  outras forças políticas que tenderiam a apoiá-lo.

DÉDA E O APELO À UNIDADE
Presente ao encontro socialista o governador Marcelo Déda fez discurso político de conteúdo forte. Pareceu uma antecipada definição de preferencias, principalmente quando,dirigindo-seao senador Valadares   disse, claramente, que o desejava sempre no seu bloco, para que uma sólida base eleitoral fosse construída visando o próximo ano e os vindouros. Ficou claro que o governador não estariavendo com bons olhos possíveis  alianças do grupo de Valadares com outras áreas que não fossem aquelas que os dois têm frequentado juntos nos últimos embates eleitorais, com sintonia de ideias.

EDIVAN E A REJEIÇÃO A JACKSON

Nos meios políticos causou surpresa e também muita estranheza a entrevista de Edivan Amorim no programa do deputado Gilmar Carvalho. Edivan, que tem sido sempre muito cauteloso,evitando confrontos, declarou que, por defender a renovação, não votaria em Jackson Barreto se ele for candidato a governador em 2014. Foi mais além eafirmou que a aliança com    Marcelo Déda durará enquanto o governador a desejar,  acrescentando : ¨ uma aliança só é boa quando é boa para os dois lados que a compõem ¨. Houve um certo alvoroço entre políticos que enxergaram na entrevista de Edivan e no discurso do governador Marcelo Déda  durante o encontro socialista, claros sintomas de um desentendimento que  estaria a aprofundar-se.

JACKSON: EU NÃO SOU REFUGO NÃO

O vice- governador Jackson Barreto não colocou mais lenha numa fogueira que poderá tornar-se crepitante, tudoa depender do desenrolar dos próximos capítulos dessa  novela política que tem final marcado para outubro de 2014. Embora o capítulo final esteja tão distante, todo o enredo não se descola do episódio derradeiro. Jackson, evidentemente, não gostou de ser tratado como obstáculo para a renovação que Amorim preconiza, até mesmo porque entende que renovação está muito mais nas ideias do que na idade, e, nesse particular, entende que poderá haver jovensagindo envelhecidamente,  por lhe faltarem ideias.
 Jackson Barreto lembra queapesar de  ter sido tratado por  Edivan Amorim quase como  um refugo   político,  trabalhou forte pela consolidação do bloco que elegeu o governador Déda ,e  ele como vice, também, com a mesma força pela eleição do senador Eduardo Amorim, isso, enquanto desprezava advertências de que estaria  cometendo um erro político,  inflando as pretensões de um futuro adversário. Naquela ocasião, não lhe disseram que ele viria a ser depois tratado como uma velharia a ser afastada pela necessidade de renovação. O seu voto e o seu trabalho naquelacampanha, segundo ele, foram considerados extremamente úteis, mas agora tudo muda, apesar de, desde a ultima eleição,  ele ter completado apenas mais um ano de vida.

PASCOALE O FAZER CULTURAL

 Pascoal Maynarddesde a infância  levado ao mundo da cultura pelo pai jornalista, tão combativo como devorador de livros, tornou-se uma referencia entre os que  se dedicam  em Sergipe ao ingente e ingrato ofício do fazer cultural. Ingente, poderá ser,no caso, a palavra certa, mas, oingrato é adjetivo mal colocado, isso  porque,  os que lidam com a cultura  encontram sempre alegria e  entusiasmantes  desafios em tudo o que fazem, por conseguinte, para eles, o oficio será sempre prazeroso. PascoalMaynard completa agora dez anos à frente do programa Expressão,   apresentado às sete  da noite de todas as terças-feiras, e sempre repetido às sete da noite nos dias de sábado,  pela TV- Aperipê. São dez anos difundindo, valorizando e preservado a memória cultural de Sergipe. Também, e mais importante ainda,estimulando o debate sobre temas culturais, coisa tão rara entre nós, cada vez mais apegados às desnecessidades da vida.

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