Não se pode afirmar que sem a existência de arquivos organizados seja impossível percorrer-se a História, mas, se pode, com boa dose de convicção, dizer que a inexistência de arquivos ou a bagunça que neles reina, é, quase sempre, o resultado de uma deliberada conspiração contra a verdade histórica. Quem faz essa instigante observação é o técnico arquivista Gilson Reis, que integra a equipe do professor José Carlos, um gaúcho especialista em arquivos que foi trazido a Aracaju pelo então Secretario da Casa Civil, Oliveira Junior, para executar uma parte do trabalho de organização do Palácio Museu Olímpio Campos.
Agora na Secretaria de Planejamento e Gestão, Oliveira Junior dá sequencia a uma das ações do governo Marcelo Déda que apresentaram resultados mais consistentes: a recuperação da memória histórica de Sergipe. Isso se fez com a restauração de vários prédios, como o palácio Olímpio Campos, o Atheneu Sergipense, o auditório do Colégio Ateneu, além de obras semelhantes no interior, entre elas, as mais importantes em São Cristovão e Laranjeiras. Agora, à recuperação da memória mais caracterizada como arquitetônica, se junta um trabalho de preservação documental. Para isso, está sendo criado um sistema de gerencia dos arquivos, tendo como foco central o Arquivo Público do Estado, que deverá ser reformado.
Não se dirá, depois, ter-se permitido a degradação dos arquivos para que, carente deles, a nossa História desaparecesse, como quase desapareceu, infelizmente, durante um longo período que vai do início da colonização ao Império. Teria sido o resultado de uma bagunça das sucessivas administrações, ou algo conscientemente feito, para que não ficassem evidentes, para a História, tantos erros, tantas atrocidades?
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