terça-feira, 30 de agosto de 2011

UMA BARRAGEM QUE NINGUEM QUER

A CHESF está planejando a construção de uma barragem localizada entre os municípios de Poço Redondo (SE) e Pão de Açúcar, (AL). Seria a obra complementar projetada desde que foi construída a hidrelétrica de Xingó. A jusante da última das usinas do São Francisco, a barragem teria a finalidade de regular o fluxo do rio, armazenando água para evitar as enchentes quando o excesso de chuvas obriga Sobradinho, na Bahia, a abrir as comportas, causando  inundações no baixo São Francisco. Serviria também para gerar alguma energia, um potencial bem pequeno, aproximadamente um terço da capacidade de uma só das turbinas de Xingó. A primeira vista seria uma obra importante, necessária, mas, quando se avaliam os impactos ambientais que irá causar com a elevação do nível das águas desde o trecho que começa entre Canindé e Piranhas junto à hidrelétrica, aí então, a obra passa a ser alvo de muitos questionamentos. O deputado estadual por Alagoas Ignácio de Loyola já fez os cálculos dos impactos ambientais, incluindo a deterioração paisagística de uma cidade histórica como Piranhas, que teria de receber um enorme dique de proteção ao longo do rio para não ter sua parte baixa inundada. Contra a construção da barragem já se manifestam em conjunto os prefeitos de Piranhas Melina Freitas, de Canindé, Orlandinho Andrade, de Poço Redondo, Frei Enoque. Semana passada numa conversa em Canindé da qual participaram o desembargador alagoano  Washington Luiz, seu irmão, o deputado Ignácio Loyola e o Frei Enoque, este último chegou a dizer que embora houvesse a perspectiva de que o  seu município Poço Redondo,  viesse a receber alguns royalties, ele tranquilamente abriria mão desses recursos,  desde que naquele trecho  do baixo São Francisco não fossem  ainda mais agravados  os desequilíbrios ambientais que enfrenta desde quando ficou concluído o sistema de barragens  da CHESF.  Da reunião saiu também o esboço de uma frente das populações ribeirinhas contra a construção das projetadas centrais nucleares ao longo do São Francisco. Todos concordaram ser necessária uma analise sobre as alternativas de energias renováveis com foco preferencial na geração eólica, cujo custo agora torna economicamente viável os geradores acionados pelo vento. Os prefeitos e o deputado entendem que é preciso forçar logo uma definição, para que depois, com o crescimento da demanda de energia no nordeste a solução da usina atômica venha a ser empurrada goela abaixo como única alternativa possível para assegurar o suprimento  à região.

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