Ir ao cabaré, escrito assim mesmo sem o t final da palavra francesa era hábito arraigado entre grande parte dos políticos sergipanos. Chegamos a ter um governador interino que ia aos redutos das chamadas “ mulheres de vida fácil, “acompanhado de ajudantes de ordens da PM, no veículo oficial , chapa preta, número um, que tinha sobre o para-lama dianteiro a bandeirinha de Sergipe tremulando. Houve até um senador que chegou a comparar o cabaré com o céu.
Muitos entendimentos e também muitas explosivas e até sangrentas desavenças entre políticos aconteceram em torno de uma mesa animada de movimentados cabarés. Ilustres integrantes do Poder Judiciário eram assíduos freqüentadores dos lupanares, digamos assim, de elite, e um deles, figura rotunda, exibia-se feliz tendo ao colo a mais cobiçada entre as damas da noite.
Talvez os jornalistas que criaram um sério fórum de debates em um bar da 13 de Julho, o Templo Gelado, e a ele deram o nome de Cabaret, assim, com o t francês, nem saibam da estreita relação entre política e prostituição, já que não podemos dizer no bom sentido, digamos então, literalmente, que existiu por muito tempo em Sergipe de forma escancaradamente ostensiva. Dessa forma, o nome é sob todos os aspectos fortemente emblemático. Ou sugestivo. Há, toda semana, uma reunião informal no Cabaret, juntando jornalistas e radialistas que desejarem participar. É sempre convidada uma personalidade pública para ser entrevistada, ou, melhor dizendo, bombardeada com perguntas absolutamente livres, desvencilhadas de qualquer cerimônia. O entrevistado da semana que passou foi o senador Valadares. A entrevista vem recebendo uma profusão de elogios postados nas redes sociais, exatamente porque o senador deu ênfase aos problemas do Brasil, concentrou sua fala na análise da realidade brasileira, acentuou a importância de medidas exigidas agora em face do crescimento rápido da nossa economia, que ele atribuiu em grande parte a um eficaz projeto de erradicação da pobreza.
Mas, evidentemente, Valadares não poderia deixar de falar sobre política, então, a respeito de uma possível candidatura dele ao governo, disse: : “Depois de 20 anos fora do governo e de 3 mandatos de senador, só se houver uma recaída. Se pintar um novo amor, se eu for seduzido, até poderei disputar as eleições de 2014 “.
Quem se dispõe a seduzi-lo?
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