domingo, 31 de julho de 2011

JOÃO, O TEMPO, A PREFEITURA E MARIA


João Alves será candidato mesmo a Prefeito de Aracaju. Durante a campanha ele fará um solene juramento:  Eleito, não pensará em candidatar-se a governador em 2014. Será prefeito por 4 anos e depois encerrará a carreira política, dedicando-se unicamente à  atividade de escritor.   Seria emblemático para ele terminar a vida pública  eleito para o mesmo mandato que exerceu, nomeado pelo governador José  Leite em 1975, sem precisar  do sufrágio popular. João tem, indubitavelmente, uma trajetória política repleta de êxitos.   Governador com três mandatos, ( até agora o único em Sergipe ), e também Ministro do  Interior do presidente Sarney por quatro anos. Nesses  36 anos de vida pública e sucessivas disputas eleitorais, perdeu três delas: em 98 para Albano, em 2006 para Déda , e, novamente Déda em 2010. Mas as derrotas não abalaram muito a sua liderança.  Mantem-se politicamente vivo, sem mandato . E essa sobrevivência  foi conseguida quase sem  suporte partidário, pois o seu pêfêlê, agora DEM quase  derreteu. João tem hoje apenas dois deputados que o defendem solitária e aguerridamente na Assembléia: Venancio Fonseca, líder da oposição,  filiado ao PP, e Augusto Bezerra, ainda do DEM, por falta de alternativas. Na Câmara Federal tem a fidelidade a toda prova do genro Mendonça Prado, agora voando solto com as próprias asas. No Senado, a mulher  recuperando-se de uma longa enfermidade.   Com a saúde restabelecida, Maria do Carmo pensará em disputar   em 2014,  um terceiro mandato.  João, prefeito, poderia ser um excelente suporte para a candidatura de Maria.  Se o conselho do deputado  Augusto Bezerra for levado em conta, João não deixará de ser candidato a prefeito e, se eleito apoiar a candidatura ao governo do senador Eduardo Amorim.
 Amigos mais próximos de João adiantam  a tática que ele deverá seguir.  Repetiria Lula  apresentando-se como  João Paz e Amor, limitando-se a desfilar idéias e projetos criativos para  a capital,  identificando nossos principais problemas e lembrando sempre que a capital ainda precisa de muita coisa antes de adotar o slogan de Feliz Cidade, mas, evitando  críticas pessoais a Edvaldo Nogueira, e até chegado a dizer que, se eleito, procuraria manter um excelente relacionamento  com a presidente Dilma, com o governador Marcelo Déda,  a quem, logo  após a eleição, solicitaria  audiência para uma visita protocolar. Ele desejaria assim acabar a  agressiva combatividade política que foi uma forte característica do seu último mandato, quando marcou a ferro e brasa aqueles que identificava como inimigos.    Buscaria então um entendimento com  a esquerda,  retiraria da cabeça, para sempre, aqueles tratores que derrubaram, impiedosos, barracos do MST no sertão.  Tentaria  reeditar,  numa situação bem diversa,   o ano de 1985, quando caminhou em direção à esquerda, fazendo    proveitosa aliança com Jackson Barreto, com o Partido Comunista.  Tudo isso seria até mais fácil,  pois,   não alimentaria   quaisquer ambições políticas, desejando,  somente, cumprir um último mandato num clima de paz que lhe permitisse trabalhar sem maiores obstáculos.    A depender das circunstancias, há quem garanta,  para tornar mais fácil sua vida na Prefeitura, João até  poderia apoiar ao governo um candidato situacionista, e  abster-se de apresentar  candidato ao Senado, alegando que seria  imenso sacrifício pessoal para Maria enfrentar uma campanha  eleitoral, e, se eleita, exercer outro mandato de 8 anos com as idas e vindas entre Aracaju e Brasília.

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