sábado, 25 de junho de 2011

O IMPÉRIO DERROTADO E QUASE FALIDO


Obama, o breve, anuncia agora a retirada das suas tropas do Afeganistão. Quando ele entrou na Casa Branca, lampeiro,  fagueiro, loquaz, logo anunciou que retiraria suas tropas do Iraque, fecharia o campo de concentração,  quase cópia do nazista Auschwitz,  em Guantánamo, território ocupado de Cuba. Desenhou então uma nova  geopolítica,  transferindo para o Afeganistão o centro das operações militares; “a guerra contra o terror “, que Bush anunciou ao mundo sem definir exatamente quais seriam os seus inimigos. Para Obama, era no Afeganistão onde, dalí  em diante, a juventude americana deveria morrer em defesa de vagos e suspeitíssimos conceitos de liberdade e democracia.  Seria no Afeganistão, onde, cercado por suas tropas fieis, estaria metido em alguma caverna  Osama    Bin Laden, comandando, lá de dentro do  remoto buraco, as ações terroristas da Al Qaeda , sua particular organização terrorista.
 Escancarou-se para todos os norte-americanos sensatos, a formidável farsa mentirosa de Bush,  amedrontando a nação com as repetidas denúncias sobre o perigoso arsenal de armas de  destruição em massa, ou seja, artefatos nucleares,  gases letais, produtos biológicos capazes de espalhar terríveis e mortais epidemias, e tudo isso nas mãos de um “louco assassino “, como era definido Saddam Hussein.
 Os americanos arrasaram o Iraque com suas bombas  “inteligentes “,  capturaram um acovardado Saddam, maltrapilho e sujo, enfiado num poço infecto.    E  então , com o fracasso da ocupação, que consumiu trilhões de dólares, entenderam que  Saddam Hussein  era mesmo a garantia de estabilidade forçada, num país repartido entre tribos, etnias e seitas, raivosamente rivais.
 Daí em diante, a “guerra justa “ seria somente no Afeganistão, onde estava a  “grande ameaça ao mundo livre, à democracia”. Passa o tempo e os argumentos são sempre os mesmos. Terminada a “ameaça comunista “ era preciso encontrar um   outro motivo para manter intacto o formidável aparato militar que   exaure o tesouro americano, e  Osama Bin Laden ofereceu o pretexto,  com a insânia do 11 de setembro. Existem hoje plausíveis suspeitas de que a engrenagem da inteligência militar americana sonhava com um bom motivo para  evitar o desmonte parcial da máquina de guerra, que seria inevitável, sem a existência de graves ameaças externas.
Obama fala em paz, ou em guerra, a depender das circunstancias, das tendências do eleitorado captadas pelas pesquisas eleitorais. Durante a campanha, prometeu paz,  diálogo substituindo a força,  nova política para o Oriente Médio, que, necessariamente, passaria pela   criação do Estado Palestino. Capitulou diante do poderoso lobby  sionista.  Temendo a agressiva direita americana,  cedeu às pressões do Pentágono,  esqueceu do que prometera em relação a Guantánamo, centro clandestino de torturas. Começou uma tímida retirada do Iraque  e  ampliou a guerra no Afeganistão. Enquanto apertava um nó da gravata no quarto de hotel no Rio de Janeiro, autorizou os bombardeios na Líbia,  abrindo uma terceira e desastrada frente de combate.  Uma atitude deselegante, grosseira, um chute na diplomacia, que, em face das circunstancias, recomendaria respeito ao país visitado, que já se manifestara contra a intervenção na  Líbia.
Acossado agora pela opinião publica que se mobiliza contra a guerra, premido pelas finanças que entram em colapso acelerado,  Obama imprime um outro tom à sua retórica  quase desacreditada, e inventa um  diálogo com os Talibãs, tornando possível a retirada das tropas. Na verdade, diante da perspectiva de falência e do beco sem saída onde meteu seus exércitos, Obama,  de olhos postos numa difícil reeleição,  manda parar a carnificina.
É possível agora que venha a paz, não exatamente para preservar vidas, mas, como decorrência da necessidade de votos.

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