quinta-feira, 5 de maio de 2011

QUANDO MATARAM PITITÓ ( as repercussões )


A propósito de matéria aqui publicada domingo antepassado sobre a execução de Pititó, na sua época um homem temido e ágil no gatilho, recebemos algumas manifestações de pessoas que o conheceram e que acrescentaram informações ao que sabíamos sobre aquele que construiu uma fama de valentia e coragem pessoal, até ser morto pela polícia sergipana.
Do economista Antonio Carlos Mota. Diretor da EMSURB, capelense, portanto conterrâneo de Pititó recebemos o seguinte e-mail:” Li com atenção seu artigo sobre Pititó. Ainda menino o conheci em Capela, cidade que ele freqüentava sempre e onde tinha amigos. Costumava fazer ponto no Bar de Napú. Era o local de encontro dos mais endinheirados da cidade, e porque todos eram bem tratados pelo propietário, Napoleão Goes Barreto. Algum tempo depois esse bar foi batizado por Ary Cabral Vieira, o Ary do Proveito, como Bar Organização do Serviço. Era que Napú ao dialogar com qualquer pessoa, sempre falava: “OLHA A ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO “, principalmente se umas cervejas já tivessem subido para a cuca. Lembro que, certa feita, o chefe do destacamento policial, se não me engano o tenente Erivaldo, ao saber que Pititó estava no bar do Napú, afirmou que iria prendê-lo. Que fez o destemido ao saber. Chamou um monte de crianças, colocou-as dentro do seu carro e passou a dar voltas e mais voltas pela então praça 15 de novembro, centro comercial, com o carro sobre o passeio da praça. Foi um Deus nos acuda, a polícia sem coragem de enfrentá-lo, e, o mais preocupante, não podia atirar, já que os meninos estavam a bordo. Eu quase levei um puxão de orelhas da minha mãe ao chegar em casa chateado por não ter conseguido entrar no carro. Ao que me recordo, em Capela, Pititó sempre tratou a todos bem, porém era realmente muito temido.”
A vereadora Mirian Ribeiro telefonou para dizer que conheceu Pititó quando ele ainda era muito jovem e aparentava ser calmo, sem demonstrar qualquer tendência para a vida de violências pela qual depois enveredou. A família da vereadora e advogada Mirian Ribeiro era amiga da família de Pititó, e o pai dele, o pecuarista e usineiro Pedro Ribeiro era padrinho de batismo de Mírian.
O memorialista e escritor Murilo Mellins conta episódio que viveu e do qual Pititó foi participante, para com isso demonstrar o outro lado pacífico do homem que se tornou conhecido e temido em todo Sergipe. Conta Mellins que no final da década dos cinqüenta vivia numa casa na rua de Estancia, entre Sirirí e Simão Dias. Na sua casa estava hospedado o músico Pinduca, que se preparava para ir ao aeroporto tomar um avião com destino ao Rio de Janeiro. Não havia telefone e para ir até a “Praça de Automóveis “ a distancia não era pequena. Além de tudo, a mala de Pinduca era pesada e volumosa. Foi quando apareceu Pititó, que era amigo de Mellins e com ele freqüentador da noite aracajuana. Sabendo do problema não hesitou, colocou a mala sobre a cabeça e convidou Pinduca a acompanhá-lo até a Praça Fausto Cardoso onde ficavam estacionados os carros de praça. Assim, o músico pode viajar e chegar ao Rio a tempo de atender aos seus compromissos artísticos.
De Shirley Ribeiro, recebemos o e-mail: “Sou Shirley Ribeiro, sobrinha neta de Pititó. Sempre rondaram na minha família as histórias deste tio-avô e suas peripécias. Gostei muito de saber um pouco mais da passagem dele pela terra. No texto você cita Paulo Costa como jornalista e promotor público. Lendo com a minha avó, ela me relatou conhecer bem o homem citado na reportagem e ficou muito curiosa em saber se o escritor do texto, você, com o mesmo sobrenome Costa, tem algum parentesco com o Paulo.
Aguardo resposta.
Resposta: O Costa de Paulo, tem tudo a ver com o Costa do escrevinhador. Ele é meu pai.

Um comentário:

  1. Sr. Luiz Eduardo,ao ser informada que em determinado blog existia uma matéria que falava a respeito de meu pai, Pedro Aragão Ribeiro(Pititó), fiquei bastante surpresa, sem entender o porque, de depois de quase meio século de sua morte, surgisse o interesse de falar da sua breve vida. Sua morte tem um significado nada interessante pra família e sim bastante lamentável e muito dolorido, até hoje não superado, e que não gostaríamos que fosse lembrado, não por termos objeção ou vergonha,mas sim pelas inverdades e sensacionalismo que existe no conteudo. A principio pensei em não responder nada,pois achei que talvez abriria uma certa discussão via internet, que não leva a nada, a não ser alimentar as mentes férteis dos seus informantes, que pouco sabem. Porém, ao ver que teve uma certa repercussão, resolvi me manisfestar. Deparei-me pensando o que leva o ser humano a ter o prazer morbido de abrir feridas. Qual a família que gosta de ver o nome e a vida de seu ente querido, que já se foi à muito, invadida, sendo apontado como violento, assassino que saia matando qualquer um por nada. Sua matéria tem o comportamento do morcego, horas morde e horas assopra. Será que seu pai, que foi tão amigo do meu avô, está ou estaria de acordo com o seu relato à sua maneira? Sabendo que isto iria ferir profundamente o seu velho amigo Pedro Ribeiro de Souza?
    Engraçado, tive oportunidade de conhecer o seu pai por suas várias idas ao predio pernambucano, que tinha três andares e assim era chamado por ter sido primeira moradia de uns pernambucanos, na mão dos quais meu avô comprou e que era situado na Rua de capela com gerú, onde a família residia. O Sr. sabe como é criança, de todos os amigos que lá iam ele era o que me chamava mais atenção, pela sua figura gordinha, usando o cinturão na boca do estomago, um semblante simpático que me lembrava Papai-Noel. Só quero saber o porque do Sr. desencavar esta história antiga, com certeza não foi para homenageá-lo e seria então por que? Não quero acreditar que seja falta de assunto, pois um jornalista do seu gabarito, com tantos assuntos atuais importantes a tratar, perdendo tempo com relatos da vida de uma pessoa que não está mais entre nós, e que não pode se defender de determinadas histórias que sua matéria traz, mostrando a ignorância dos seus informantes sobre os verdadeiros fatos, tornando-os mentiras grosseiras. Quando falo dos seus infomantes, não estou incluindo as pessoas que se manifestaram, e sim as pessoas que lhe informaram o que escrever em sua matéria. A propósito, uma pequena informação correta, papai não era capelense e sim lagartense. Ah! uma curiosidade, gostaria de saber quem é Shirley Ribeiro, neta de qual irmão ou irmã de papai? Vamos deixar que os mortos descansem em paz.
    Maria José Ribeiro Zacharias (Nina),filha de Pititó com muito orgulho!

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