quinta-feira, 3 de março de 2011

SERGIPE, O CÂNCER E A SOLIDARIEDADE

Nesses dias em que se fala tanto em um Hospital do Câncer
para Sergipe, e quando também se espera a nomeação provável para o STJ do
jurista Carlos Alberto Menezes, vale lembrar um dito atribuído a Otto Lara
Rezende, um  dos mais citados
construtores de frases emblemáticas: ¨Mineiro só é solidário no câncer¨   Aqui, por nossas bandas, alguém mais cético
ainda acrescentou à frase do mineiro tão cáustico com a sua gente :  ¨E o sergipano em nenhuma circunstancia ¨.   Talvez haja, e certamente há, um injusto e
pesado exagero, mas, reconheçamos, por aqui, gestos solidários, autenticamente
solidários mesmo, são muito raros, ou raríssimos.


Mas, se nem no câncer o sergipano seria solicito ao próximo,
a sua vocação para  atitudes que
ultrapassam o limite tacanho do egocentrismo se exibe, até ostensivamente, quando se trata de dar suporte às
pretensões de algum sergipano ilustre incluído em lista de onde será escolhido um para destacados cargos da
República.


 Viu-se acontecer
isso, agora, em relação ao professor Carlos Alberto Menezes. Ele merece
efetivamente a solidariedade dos sergipanos, o apoio unânime de todos os
setores da sociedade. Sergipe, por ser demasiadamente pequeno, por ter
inexpressiva representação na área federal, não vai esperar nunca alcançar
sucesso pela quantidade, mas poderá sempre ter algum diferencial com a qualidade. Isso aconteceu no caso da
escolha do jurista e professor Carlos Britto. Mas aquela foi uma circunstancia
difícil de repetir-se. Brito conseguiu maciço apoio do mundo jurídico nacional,
e teve em Déda o compadre de Lula que, com a intimidade de velhos companheiros
lhe falava ao ouvido e o motivava a mover a caneta. Agora, apesar do currículo
brilhante de Carlos Alberto, a situação é diferente,  o candidato de São Paulo  surge com apoio forte de uma poderosa sala do
Palácio do Planalto.


Praza aos céus que aquele gesto de Carlos Alberto  ao cumprimentar a presidente Dilma, apertando a sua mão e perguntando se
aquela seria a mão do destino, tenha o mesmo efeito que um outro apertar de
mãos causou no  destino de Leonel
Brizola, político do qual Carlos Alberto foi, da mesma forma que Dilma, um
seguidor  entusiasmado.

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