domingo, 13 de março de 2011

OS APITOS E AS ARMAS


Para que mesmo um guarda de transito quer uma arma à cintura?  Se for para livrar-se de alguma eventual violência cometida por um motorista com índole assassina, de nada lhe valerá a arma, a não ser que, ao aproximar-se de um veiculo, ele já fosse apontando a arma para o seu condutor, numa atitude ameaçadora que transformaria o nosso trânsito num desatinado far-west. Se for para isso que desejam os guardas terem a posse de uma arma, então, que Deus e todos os santos e orixás nos livrem deles, e bem fez Samarone ao determinar que  devolvessem os revolveres que andavam a exibir. Como os guardas, evidentemente, não têm nenhuma propensão à pratica da violência, devem então estar muito equivocados sobre  as funções que realmente teriam de desempenhar. Guardas de Transito, como o nome está, tão obvia e ululantemente a definir, servem para disciplinar, por ordem no tráfego, dar-lhe a agilidade necessária, evitando os engarrafamentos, fazendo assim com que a rotina diária do trabalhador entre sua casa  e o local  do emprego, lhe seja  a mais amena possível, e não o martírio a que já estamos todos nos resignando. Para evitar o martírio de trafegar  numa cidade onde já não cabem mais tantos veículos, até porque não existe até agora um planejamento racional para fazê-los circular, então, aí entram os guardas de transito, como agentes imprescindíveis no âmbito de providencias indispensáveis. Aos guardas, lhes estão reservados os apitos com os quais fazem andar ou parar o fluxo de veículos. E é exatamente isso o que não vemos na nossa cidade. Onde em Aracaju alguém avista um guarda num cruzamento? O semáforo não os substitui, a não ser que inventem um inteligente que possa atuar melhor em determinadas situações do que os guardas com seus apitos. Apito na boca, menos caderno de multas nas mãos, talvez essa seja a fórmula mais simples e eficiente para bem utilizar uma Guarda de Transito agora em estado de quase rebelião, porque  há, quem tenha na cabeça deles colocado a idéia de que um revolver na cintura é fundamental para  que trabalhem em segurança. Daí a pouco, partindo dessa mesma imbecilizada premissa, vão querer colocar pistolas nas bolsas dos agentes de saúde,   dos fiscais da prefeitura, dos médicos nos hospitais, dos professores nas escolas.
 E salve-se quem puder, ou for mais ágil no gatilho.

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